Os pilotos do avião da Air France que caiu no Oceano Atlântico em meados de 2009 aparentemente tiveram dificuldades para compreender os dados incorretos da velocidade da aeronave e não conseguiram lidar adequadamente com outros sistemas vitais, incluindo o ajuste da propulsão do motor, disseram pessoas próximas às conclusões iniciais da investigação das caixas-pretas do avião, informa o jornal The Wall Street Journal.

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Os momentos finais dentro do cockpit do Airbus A330, segundo essas fontes, mostram os pilotos aparentemente confusos pelos alarmes recebidos de vários sistemas de controle automáticos, enquanto o avião passava por uma turbulência típica da rota entre o Rio de Janeiro e Paris. Eles também enfrentaram um problema de acúmulo de gelo na aeronave, mesmo a 35 mil pés de altitude (10.600 metros). Essa quantidade de gelo é apontada como responsável por tornar os indicadores de velocidade aérea e outros sensores externos da avião pouco confiáveis.

Por fim, apesar do fato de os dispositivos primários do cockpit estarem funcionando normalmente, a tripulação falhou em seguir o procedimento padrão para manter ou aumentar a propulsão do motor e manter a aeronave na direção correta, enquanto esperavam os sensores voltar ao normal, afirmaram essas fontes, pedindo anonimato.

A sequência de eventos deve ser revelada ao público por investigadores na sexta-feira. Ela deve mostrar que o jato reduziu perigosamente sua velocidade em um curto período, após o desligamento do piloto automático. Os pilotos quase imediatamente enfrentaram o início do que se tornou uma série de falhas automáticas ou desconexões relacionadas a problemas com os sensores da velocidade aérea do avião, dizem as fontes.

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A equipe tentou responder aos avisos, mas aparentemente teve dificuldades para escolher entre as mensagens de advertência, sinais sonoros e outros, enquanto monitoravam as informações essenciais sobre a potência do motor e a trajetória da aeronave.

Os porta-vozes da Air France e da Airbus não quiseram comentar detalhes do caso. Investigadores franceses já haviam dito que as informações da aeronave não mostravam qualquer grande falha nos sistemas capaz de provocar o acidente. Todas as 228 pessoas a bordo da aeronave morreram na tragédia do voo 447, ocorrida na noite de 31 de maio de 2009. As informações são da Dow Jones.

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