Redes sociais

Vítimas de abuso lançam campanha após caso de estupro coletivo

Indignada com comentários nas redes sociais que buscam culpar e justificar o estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio na semana passada, a empreendedora e ativista social Sabrina Bittencourt, de 35 anos, decidiu compartilhar nas redes sociais o abuso sexual que sofreu há 19 anos, quando também tinha 16 anos. Ao trazer seu relato pessoal, Sabrina estimulou outras mulheres a fazerem o mesmo em uma campanha espontânea com a hashtag #eusousobrevivente.

Em três dias, a publicação de Sabrina teve mais de 50 mil compartilhamentos nas redes sociais, além de ter incentivado o relato de outras mulheres. A ativista contou já ter recebido mais de 5 mil mensagens de vítimas de violência sexual pedindo sua ajuda ou conselhos sobre como denunciar ou lidar com a dor da violência sofrida.

“Eu gostaria que todas as pessoas tivessem uma resposta para sua dor, mas eu não sou especialista, demoraria a vida inteira tentando responder a cada uma. Mas sinto sua dor. É muito triste. Gente que está tentando o suicídio por não ter apoio na própria família, comunidade, universidade, igreja”, disse Sabrina.

Segundo ela, foi a indignação com comentários sobre o caso da jovem do Rio que a encorajou a tornar pública uma história tão dolorida. “[Queria com o relato] mostrar que independentemente da situação da vítima ou sobrevivente, no meu caso, os abusos em vários extratos da sociedade são normalizados. Policiais, psiquiatras, religiosos, professores, familiares se acham no direito de culpabilizar a pessoa que sofre crimes assim. O que dificulta e muito que crianças, jovens e mulheres sintam confiança para denunciar”, contou.

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