Salvador – Em pleno domingo de Carnaval, o deputado Virgílio Guimarães (PT-BA) fez campanha para a presidência da Câmara em Salvador. Ele conversou com deputados de vários partidos, cujos nomes manteve em sigilo, e passou pelo camarote do governador Paulo Souto (PFL), na Passarela do Campo Grande, no início da tarde. Ali acompanhou parte do desfile dos blocos carnavalescos.
Para Souto e os governadores nordestinos, Guimarães tem uma proposta tentadora. "Eleito presidente, o projeto do Fundo do Desenvolvimento Regional entra na pauta, será aprovado no primeiro trimestre", garantiu, lembrando que a proposta, reivindicada pelos governadores para compensar as perdas decorrentes da unificação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), foi construída "em conjunto pelas bancadas sergipana e baiana, além de mim, que fui o relator". Outro ponto "em sintonia" com Bahia e Sergipe é a posição contrária à transposição do Rio São Francisco. "Tenho uma idéia muito clara da revitalização (do rio) antes da transposição", declarou.
Guimarães realiza uma longa viagem pelo País em busca de apoio. Começou por Macapá e passou pelo Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Aracaju e Bahia. Prossegue no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná nos próximos dias. Segundo o deputado João Leão (PPB-BA) os gastos dessa viagem alcançam R$ 53 mil. "A candidatura de Virgílio já arrecadou R$ 230 mil, fruto de doações de 116 deputados", revelou Leão.
Mesmo sem querer criticar o concorrente Luiz Eduardo Greenhalgh, candidato oficial da bancada do PT e apoiado pelo Planalto, bem como os nomes que presidiram a Casa, Guimarães reafirmou que pretende adotar várias medidas que, segundo ele, darão um grande dinamismo ao poder Legislativo, destrancando a pauta e superando impasses, com reflexos positivos em toda a administração pública do País. "Nós, do novo clero, não ficaremos chorando os problemas do tipo, ‘medidas provisórias demais’, ‘serviço demais’; enfim vamos dar conta e resolver todos esses assuntos", disse, achando que não está cometendo nenhuma insubordinação partidária e, portanto, afirma não temer qualquer punição.