O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirmou nesta sexta-feira (29) que a derrota que sofreu nas eleições para a presidência do Conselho de Ética aconteceu porque o Senado tentou encontrar uma solução doméstica para uma crise que tornou-se nacional, com potencial para ser transformada em institucional. "Eu sabia que ia ser preterido. Só fiquei até o final porque tinha esperança no voto secreto", afirmou, após participar de seminário promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), na capital paulista.

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"A meu ver, estavam tentando uma solução doméstica para uma questão que virou crise nacional, e quase crise institucional. Nós pretendíamos uma solução que fosse do Senado", disse, referindo-se ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que seria seu indicado para a relatoria do caso contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Após a divulgação da existência de um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), suspeito de receber propina em troca de emendas no orçamento para obras em 1998, o senador prevê que o órgão e a Casa devem sofrer ainda mais desgaste.

"A meu ver, não há força humana, desumana ou sobre-humana que faça o Conselho de Ética por si só, num jogo de maioria contra minoria, resolver essa questão. Resultado, e vou prever uma coisa ruim: o Conselho vai acabar sofrendo mais desgaste, o Senado vai acabar sofrendo mais desgaste, e eu espero que não venha a renunciar o quarto. Já renunciaram três", declarou. "Ou seja: acharam que a solução doméstica resolvia, e três renunciaram. Agora tem o quarto", finalizou.

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