Violência obriga Fiocruz a blindar janelas de prédios no Rio de Janeiro

Com uma área de mais de 80 mil metros quadrados, onde estão 249 prédios, encaixotados entre as favelas de Manguinhos e do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, a direção da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o maior centro de pesquisas médicas da Américas Latina, subordinado ao Ministério da Saúde, decidiu, ontem, que irá blindar as janelas de cinco de seus prédios, entre eles o da Escola Nacional de Saúde (ENSP) Pública Sérgio Arouca, que possui 100 janelas e nove andares.

Localizada ao lado da portaria da Rua Leopoldo de Bulhões, em Manguinhos, a ENSP já foi atingida várias vezes por balas perdidas oriundas de tiroteios entre bandidos de quadrilhas rivais que dominam o tráfico de drogas nas favelas próximas ao campus da Fundação. Mas muitos dos tiroteios que colocam em risco a integridade física de alunos e professores, ocorrem também nas linhas Vermelha e Amarela e na Avenida Brasil, onde fica outra portaria da Fundação. Somente no prédio da ENSP devem ser gastos R$ 2,5 milhões. Marcas de balas podem ser vistas em vários pontos da fachada. Os funcionários da instituição também querem a construção de muros nas áreas mais vulneráveis do campus.

A Fiocruz vem reunindo nos últimos dias os funcionários para discutir medidas de proteção contra esses projéteis originários dos tiroteios. Segundo os servidores, projéteis de todos os calibres já foram recolhidos no campus da fundação. Eles dizem que os casos são cada vez mais comuns. Segundo um levantamento feito pela diretoria da Fundação, 16 tiros atingiram a instituição em 2006. Funcionários disseram que, na semana passada, os tiros atingiram as salas da ENSP em pleno horário de aula. Ninguém ficou ferido.

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