O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou nesta quarta-feira, 26, que há uma “importação” de um modelo de violência nas manifestações brasileiras e isso preocupa o governo, mas que ele não acredita em politização. “Na história brasileira, quem tentar politizar uma manifestação na Copa vai quebrar a cara, porque o povo sabe distinguir as coisas”, afirmou ao chegar no Itamaraty para um evento sobre política externa.
“O povo brasileiro adora futebol e espera a Copa. Nós faremos da Copa uma grande festa popular. Tomaremos iniciativas para que de fato hajam formas de participação popular na Copa. Então, acho que quem tentar politizar não vai se dar bem”, continuou.
Gilberto comentou a carta que as Nações Unidas teria enviado ao governo brasileiro mostrando preocupação sobre a repressão violenta a manifestações e que não teria sido respondida até hoje, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo. O ministro afirmou não ter conhecimento sobre isso, mas disse que, se existe, “não tem nenhum problema porque nós temos consciência da nossa responsabilidade”.
“Precisamos dizer ao mundo que o Brasil é um país essencialmente democrático. O mundo vai ter que entender que o Brasil tem uma forma muito própria de tratar as manifestações. Elas são bem-vindas, elas são naturais, elas são mostras do que é o amadurecimento da consciência social e cidadã de um povo”, disse.
“O único problema que nós temos e trataremos com maturidade de dialogar com a sociedade e resolver é o aparecimento da violência nas nossas manifestações, inclusive, ao meu juízo, importando um modelo de fora de um tipo de manifestação violenta. Isso sim nos preocupa, nós vamos tratar”.
A Carta da ONU teria sido entregue no meio do ano passado e tratava das manifestações de junho. Relatores das Nações Unidas mostraram preocupação com o que consideraram “uso excessivo de força policial” e denunciava supostas violações de direitos humanos por parte das autoridades para conter as manifestações.
O texto ainda listou uma série de exigências ao governo brasileiro. A entidade quer saber como as ações de autoridades públicas estão em linha com os compromissos internacionais do Brasil em direitos humanos.