As Vigilâncias Sanitárias do município de Jarinu e da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo realizaram na manhã desta quarta-feira, 19, uma vistoria nos sítios da Missão Belém, no interior de São Paulo. A fiscalização aconteceu após o Estado revelar que o abrigo, ligado à Igreja Católica, registrou 14 mortes em um mês. Outros 19 internos foram hospitalizados no mesmo período, mas sobreviveram. A maioria tinha quadro de diarreia, vômito, desnutrição, desidratação ou intoxicação alimentar.
Documentos apresentados ontem por representantes da Missão Belém descartam que as mortes tenham sido causadas por infecção gastrointestinal, mas, segundo especialistas, a doença pode ter agravado o quadro dos pacientes.
Na vistoria desta quarta, as autoridades visitaram as dependências dos sítios e recolheram documentos sobre os residentes do local que ficaram doentes. “A Vigilância Estadual começou a fazer um levantamento dos pacientes que foram hospitalizados para entender o que aconteceu e onde o surto de diarreia começou”, disse o secretário da Saúde de Jarinu, Antenor Gomes Gonçalves.
Na semana passada, amostras da água consumida no local e de fezes dos doentes foram colhidas pelo Instituto Adolfo Lutz. Nesta quarta-feira, o laboratório descartou contaminação no líquido. Os resultados dos exames de fezes devem ficar prontos somente no fim da semana. “Segundo os agentes que fizeram a coleta, o cheiro das fezes era insuportável, o que pode ser característico de uma infecção intestinal”, disse Gonçalves.
Rotina
As vigilâncias verificaram que o funcionamento de um dos sítios foi alterado após o surto de diarreia. Na propriedade que abriga mais de 200 idosos e conta com 25 casas, os doentes foram confinados em um dos imóveis para evitar novas contaminações. Foi definido ainda um cardápio com alimentos recomendados para pacientes com quadros de infecção gastrointestinal.
Segundo Gonçalves, os órgãos municipal e estadual deverão exigir mudanças na estrutura da Missão Belém em Jarinu, de acordo com o serviço prestado. “Para mim, eles fazem um trabalho de comunidade terapêutica, mas não tem licença para isso, então precisariam se adequar”, disse o secretário.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.