Vigia nega participação em morte de advogada Mércia

O vigilante Evandro Bezerra Silva, de 38 anos, negou qualquer envolvimento na morte da advogada paulista Mércia Nakashima e disse que tem como provar sua inocência. Evandro foi preso ontem no povoado Capim Grosso, em Canindé do São Francisco (Sergipe), onde estava desde o dia 12 de junho. Ele afirmou que, no dia do desaparecimento da advogada, trabalhava como segurança numa feira livre. “Tenho como comprovar que no domingo eu estava trabalhando, porque faço segurança. Saí da feira para o posto e saí do posto às 22h20”, contou Evandro, que aparentava bastante tranquilidade.

Ele confirmou, no entanto, que conhecia “de vista” a advogado Mércia Nakashima, assim como o principal suspeito do crime, o também advogado Mizael Bispo de Souza. “Ele é ex-policial e dava apoio no posto de combustível onde eu trabalhava”, disse Evandro. Ele foi apontado como suspeito porque abandonou o trabalho logo que o Honda Fit da advogada foi recuperado na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, no interior do Estado.

Evandro afirmou que nem sabia que havia um mandado de prisão temporária contra ele, que foi expedido no dia 25. Ele contou ainda que resolveu se estabelecer em Canindé porque ia trabalhar como segurança. “No ano passado, eu fiquei dois meses aqui em Sergipe. Em Canindé eu tenho uma irmã e pretendia ficar aqui trabalhando”, justificou-se.

Mas a polícia acredita que Evandro escolheu o interior de Sergipe porque não seria reconhecido e foi morar numa casa arranjada pelo cunhado no povoado Capim Grosso. As investigações em Sergipe para capturar Evandro começaram há duas semanas, quando os policiais locais receberam informações da polícia paulista que tinham suspeitas de que o vigilante estaria em Sergipe.

Acusações

Já o delegado Antonio Olim, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de São Paulo, disse que não tem dúvidas do envolvimento de Evandro Bezerra no assassinato da advogada Mércia Nakashima. Ele afirmou que, no dia em que o corpo da advogada foi encontrado, Evandro deixou o emprego sob alegação de que sua mãe havia morrido e que ele iria prestar assistência à família, mas só que essa versão é contestada pela polícia, pois a mãe do suspeito morreu há muito tempo.

“Não sei se ele é autor do assassinato, mas não tenho dúvidas de que ele está envolvido no crime. Além disso, ele fugiu imediatamente assim que o corpo foi encontrado”, disse Olim. Outra situação que será apurada pela polícia paulista é a ligação entre Evandro e o advogado e ex-policial Misael Bispo dos Santos.

O delegado confirmou que, no dia do crime, Evandro entrou em contato com Misael por duas vezes. Outra contradição apontada pelo delegado foi o fato do irmão de Misael ter negado que conhecia Evandro, mas o DHPP paulista tem informações que ele ligou 27 vezes de Sergipe para Evandro.

Antônio Olim disse que Evandro tem passagem pela polícia por porte ilegal de arma de fogo. “Se não tivesse uma testemunha vendo o carro de Mércia sendo jogada na represa de Nazaré Paulista, nunca mais conseguiríamos encontrar o corpo e os suspeitos desse crime”, afirmou.

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