Vice-presidente do Banco Rural culpa morto por “mensalão”

Em depoimento no processo do mensalão, o vice-presidente do Banco Rural, José Roberto Salgado, responsabilizou nesta terça-feira (26) o ex-vice-presidente da instituição financeira José Augusto Dumont – que morreu em abril de 2004 – pela concessão dos empréstimos repassados ao PT pelas empresas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. A estratégia de atribuir a dirigentes mortos principalmente Dumont, a responsabilidade pelos financiamentos e eventuais crimes financeiros cometidos pelo banco nas operações com as empresas ligadas a Valério também foi adotada pela presidente do Rural, Kátia Rabello, em testemunho prestado no fim de janeiro.

Último réu a ser interrogado nesta terça-feira pelo juiz federal Alexandre Buck Medrado Sampaio, da 4ª Vara Criminal, Salgado iniciou o depoimento afirmando que só participou de uma reunião do comitê de crédito da instituição. Ele afirmou que integrou o comitê para cumprir quórum na análise de uma operação envolvendo a Grafitti Participações. Salgado disse que acompanhou o voto do diretor de Crédito, pela concessão, mas com a exigência de outras ou mais garantias. Porém, conforme o vice-presidente do Banco Rural, o empréstimo foi aprovado nos termos requeridos pela Grafitti, por decisão do vice-presidente do banco.

"O dr. José Augusto era o banqueiro, era ele quem centralizava todas as operações", afirmou. "A dra. Kátia, apesar de ser a presidente do banco, não tinha qualquer função executiva." De acordo com Salgado, ela tinha assumido a instituição e estava "em fase de aprendizado". "Ela confiava muito no que o dr. José Augusto fazia.

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