Via Campesina invade área do Grupo Cosan em São Paulo

Cerca de 600 mulheres da Via Campesina, organização internacional representada no Brasil pelo Movimento dos Sem Terra (MST), invadiram nesta segunda-feira (9) uma área da usina da Barra, do Grupo Cosan, no município de Barra Bonita, na região central do Estado, a 240 km de São Paulo. O grupo rompeu a cerca e entrou numa área ocupada por um canavial, a cerca de 300 metros da usina. As sem-terra usaram enxadas, foices e facões para derrubar a cana e limpar a área para a montagem dos barracos.

As instalações da usina, que processa 30 mil toneladas de cana por dia, estão sendo preparadas para a safra que se inicia em abril. A ação fez parte de uma jornada nacional contra o agronegócio para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado ontem. De acordo com Soraia Soriano, da Via Campesina, o Grupo Cosan explora uma área duas vezes maior que o total de hectares destinados para a reforma agrária no Estado de São Paulo.

“São 605 mil hectares do grupo, contra apenas 300 mil destinados para as 15 mil famílias em assentamentos estaduais e federais”, disse. Segundo ela, as terras do grupo “não cumprem seu papel social”. “Como todo setor sucroalcooleiro, este grupo pode ser enquadrado por crime ambiental e precarização das relações do trabalho”, afirmou.

De acordo com o Grupo Cosan, a usina da Barra emprega 4.500 trabalhadores, número que sobe para 8 mil no período da safra. A empresa informou ter tomado todas as medidas para pedir a reintegração de posse da área invadida e aguarda uma decisão da Justiça.

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