Durante a segunda parte de sua exposição no quinto dia de julgamento do caso Isabella, o promotor Francisco Cembranelli continuou calcado na cronologia e na perícia para colocar o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá na cena do crime. Ele alegou que o depoimento dos réus não faz sentido. “No momento em que o casal estava lá dentro (do apartamento) é que ela foi defenestrada. Isso é prova científica, senhores jurados. Não cabe contestação”, disse ele, usando a maquete para ilustrar seus argumentos.
O advogado de defesa, o criminalista Roberto Podval, usou dois apartes formais – interrupções dentro do código – para criticar a perícia e perguntar sobre as provas, que, segundo ele, não existem. “Como a defesa não pode discutir a perícia, vão dizer que a perita não presta”, rebateu o promotor.
Cembranelli traçou um perfil psicológico de Anna Carolina Jatobá, dizendo que ela é uma pessoa “perturbada, cansada e dependente financeiramente da família do marido”. Após o encerramento da explanação do promotor, o juiz decretou, às 13h05, recesso de 1 hora para o almoço. Na volta, será a vez da defesa falar.
Na primeira parte do debate entre defesa e acusação, Cembranelli afirmou que o casal Nardoni estava no apartamento quando Isabella, então com 5 anos, foi atirada pela janela do sexto andar do Edifício London, no dia 29 de março de 2008. “Eles (Alexandre e Anna Carolina) estavam no apartamento quando Isabella foi jogada”, disse Cembranelli, ao comparar as ligações telefônicas entre vizinhos e polícia no dia do crime.