Dois vereadores de São José do Hortêncio, a 70 quilômetros de Porto Alegre, brigaram a socos durante a sessão quinzenal da Câmara, na noite de ontem, 14. Gravado pelo cinegrafista Afonso Führ, do jornal Diário da Encosta da Serra, o conflito foi para a internet, deixou de ser uma polêmica local e ganhou projeção nacional. O município de quatro mil habitantes, sempre bem colocado em rankings de gestão pública, é tão pacato que o regimento interno da Câmara nem tem previsão de sanções para improváveis casos de agressão. Diante do ocorrido, o presidente da casa, Darci Cruss (DEM), vai colocar o tema de regras mais rígidas em debate na próxima sessão, dia 28.
A briga envolveu os vereadores João Adolar Petry (DEM), de situação, e Valdir Libório Dill (PMDB), de oposição, que questionava um projeto de obras rodoviárias e pedia mais prazo para avaliar a proposta. O debate evolui para insinuações e provocações pessoais e para as agressões verbais. A sessão foi suspensa, mas o bate-boca prosseguiu.
Em meio à troca de provocações, Dill disse que queria transparência e que o adversário não tinha moral para criticar sua bancada. O clima esquentou e as insinuações ficaram mais pesadas. “Eu nunca roubei”, provocou Petry. “E tem alguém que roubou aqui? Quero ver as provas se alguém roubou”, retrucou Dill. “Vocês são uma tropa de cambalacho”, prosseguiu. Depois de várias ameaças, os dois partiram para as agressões físicas quando Dill afirmou que Petry só teria serventia para andar atrás de vacas. Petry foi até o adversário e deu um soco nele, que levantou-se e partiu para o revide. Os dois foram separados pelos demais colegas, sem ferimentos aparentes. Ao final da gravação, a mesa já está vazia, mas ouve-se alguns risos e também vozes dizendo “que vergonha” e “que barbaridade”.