Há 30 anos no trabalho de combate a incêndios florestais, o coronel do Corpo de Bombeiros mato-grossense Paulo Barroso afirma que os recursos de ajuda externa para enfrentar incêndios na Amazônia deveriam ser usados não para o combate ao fogo imediato, mas para ações de prevenção de novas queimadas em 2019.

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“O ideal é trabalhar preventivamente. A gente está enxugando gelo, queimando dinheiro”, diz o especialista, engenheiro florestal e secretário executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo do Mato Grosso. Segundo ele, alguns incêndios em plantações e áreas de mato adquirem proporções tão grandes que são incontroláveis.

Barroso destaca que um dos problemas do fogo na Amazônia é a falta de sistemas integrados de prevenção, e as ações de combate às chamas são caras. O acesso às regiões demanda dispêndio alto com combustível para helicópteros, e o número de agentes usados nas ações também é elevado. “Depende da umidade, da inclinação do terreno, uma série de fatores”, explica.

Gasto

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Barroso afirma que os Estados Unidos haviam gasto em 2017 R$ 1.959 por quilômetro quadrado com a prevenção de incêndios florestais, especialmente na Califórnia, conforme levantamento feito pelo próprio militar. Portugal havia gasto R$ 1,6 mil. “O Brasil gastou R$ 6,16.” Dos 778 municípios da Amazônia, diz Barroso, só 110 têm Corpo de Bombeiros estruturado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.