São Paulo – O número de casos de dengue no País cresceu 25,64% nos dois primeiros meses do ano na comparação com mesmo período de 2006, apesar dos R$ 772,8 milhões repassados pelo ministério da Saúde aos estados e municípios no ano passado, para prevenção da doença. Só em São Paulo, a região de Araçatuba concentra 925 dos 2.921 casos confirmados até ontem no estado. Seis municípios foram declarados em situação de surto epidêmico pela Secretaria de Saúde: Lins, Poloni, Ilha Solteira, Birigüi, José Bonifácio e Bebedouro.
Os números ainda deverão aumentar consideravelmente. Só em Ilha Solteira, por exemplo, o número de doentes saltou de 251 para 1.218 entre sexta-feira da semana passada e ontem. Com menos de 20 mil habitantes, é a cidade paulista com maior número de doentes, levando o Hospital de Base local ao limite de atendimento de pacientes com sintomas. ?Estamos fazendo tudo o que podemos, com mutirão e até o uso do Corpo de Bombeiros, para acabar com os criadouros do mosquito transmissor, mas está difícil?, diz a enfermeira Maira Regina da Silva Rubia, do serviços de vigilância epidemiológica e sanitária de Ilha Solteira.
Em Birigüi, o número de casos saltou de 239 para 521 e há duas mortes suspeitas de terem sido por dengue. No ambulatório do único hospital, quase 70% dos pacientes que chegam têm sintomas da doença. Em Bebedouro, com 456 doentes, foi diagnosticado o 1.º caso do tipo hemorrágico. O rapaz, de 21 anos, teria pego a doença no Rio.
Em Campinas, o número de casos dos dois primeiros meses do ano aumentou 733,33% em comparação com 2006. Em janeiro e fevereiro do ano passado, foram registrados 27 casos. Este ano houve 225 ocorrências. Nenhuma morte foi registrada até agora, mas foram registradas duas ocorrências de dengue hemorrágica, a modalidade mais grave da doença. Em 2006, não houve nenhuma notificação deste tipo.
Em Hortolândia, entre janeiro e fevereiro 104 pessoas foram infectadas. Em todo o ano passado, houve 281 casos confirmados na cidade. O orçamento federal para ações de vigilância em saúde neste ano prevê R$ 821,5 milhões, repassados para estados e municípios.
Dengue hemorrágica faz a 8ª vítima em Mato Grosso do Sul
Campo Grande (AE) – A esteticista Cristina Marques Rumiatto, de 45 anos, é a oitava vítima fatal este ano, da epidemia de dengue em Mato Grosso do Sul. Ela morreu ontem, durante a madrugada, no Hospital Santa Rita, em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, região sul do Estado.
Há 18 dias, Cristina foi internada com sintomas de gripe e sofreu parada cardíaca motivada pelo choque da febre alta causada pela dengue hemorrágica. Segundo informações do hospital, a morte foi causada por hemorragia generalizada.
O superintendente de Vigilância Sanitária do Estado, Eugênio Barros, informou que mais de 46 mil pessoas tiveram os sintomas da doença em Mato Grosso do Sul este ano. Em Campo Grande, as notificações somam, oficialmente, 32 mil casos, sem nenhum óbito. Dourados já registra 1.921 casos e agora uma morte.
Desde fevereiro, tanto o governo estadual quanto o federal passaram a tratar a propagação da dengue em Mato Grosso do Sul como uma epidemia.