O brasileiro Jonatan Moisés Diniz, detido na Venezuela nesta semana, foi libertado pelo governo chavista neste sábado, 6, e embarcaria para Miami num voo da América Airlines, segundo o Itamaraty.
Por meio de sua conta no Twitter, o chanceler Aloysio Nunes Ferreira deu o caso como encerrado. “O incidente envolvendo o brasileiro Jonatan Moisés Diniz foi encerrado, com sua expulsão da Venezuela”, escreveu.
A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que o governo venezuelano limitou-se a notificar a chancelaria brasileira da expulsão de Diniz, sem dar mais detalhes sobre o caso.
Segundo sua família, ele foi detido por autoridades chavistas após ter sido confundido com um cidadão americano – ele vive nos EUA e portava uma carteira de motorista do país.
Até o início da noite deste sábado, a mãe de Jonathan, Renata Diniz, que mora em Balneário Camboriú, disse que ainda não havia tido nenhum tipo de contato com o filho depois de sua libertação. Ela também não tinha informações sobre o voo que estaria levando-o de volta para os Estados Unidos. Ela apenas afirmou que o Itamaraty havia confirmado sua soltura.
Diniz ficou preso na sede do serviço secreto venezuelano, o Sebin, segundo informações recebidas por sua família. O chavismo afirmou na manhã de sexta-feira ao Ministério de Relações Exteriores do Brasil que o estado de saúde do brasileiro é bom.
Segundo Juliano Diniz, a situação de seu irmão se agravou em razão de um mal-entendido. Como morava nos Estados Unidos e portava apenas a carteira de motorista do Estado onde morava, a Califórnia, as autoridades venezuelanas acreditaram que ele era cidadão americano.
A informação sobre um equívoco na identificação da nacionalidade de Diniz chegou ao Itamaraty, mas foi interpretada como uma justificativa fraca para uma prisão sem razões sólidas. Opositores acreditam que o regime teria interesse na detenção de americanos para usá-los como moeda de troca na disputa diplomática com os EUA. A Justiça americana condenou recentemente dois sobrinhos de Nicolás Maduro por tráfico de 800 quilos de cocaína. Eles ficaram conhecidos como “narcossobrinhos”.
De acordo com Juliano Diniz, a ONG Foro Penal Venezolano ajudou no processo de obter informações sobre o irmão. “Nós tivemos de procurar um advogado local para fazer todo o processo porque o regime é muito fechado”, disse. “Eles ajudaram a fazer a intermediação e a descobrir o que aconteceu de fato com ele.” (Colaboraram Renato Vieira e Luiz Raatz)