Othiniel Lopes, presidente da Integralat, braço que cuida da captação de leite da Parmalat, negou nesta quinta-feira (1/11) que a companhia tenha cometido algum tipo de fraude conforme denúncias divulgadas pela imprensa na semana passada, após a Operação Ouro Branco, da Polícia Federal. Lopes disse também que, por conta das denúncias as vendas de leite longa vida da empresa caíram cerca de 10% na semana passada. "Houve esta queda nas gôndolas dos supermercados pois o consumidor levou um susto com as denúncias. Mas acreditamos que a situação voltará ao normal. Essa queda não afetará o faturamento da empresa", estimou.

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"A Parmalat assegura a qualidade de seus produtos e posso garantir que a empresa não precisa dessas pequenas fraudes. Não vendemos longa vida com soda cáustica", disse o presidente da Integralat em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira em São Paulo. Para ilustrar o que classifica de "rigoroso controle de qualidade" utilizado na fabricação de seus produtos, Lopes citou que a Parmalat devolve aos produtores, em média, 1,5 milhão de litros de leite ao ano, por considerá-los inadequados. Antes de devolver o produto, a empresa adiciona uma espécie de corante para que o produtor não possa reutilizar o leite ou vendê-lo para outra companhia.

Lopes disse que a Parmalat foi citada "injustamente" no escândalo da fraude e relatou estar "muito indignado com tudo isso". Questionado se a empresa poderia estar sendo um dos alvos do escândalo por ter lançado ações em bolsa, na semana passada, ele riu e disse ter sido uma "coincidência", e informou que não poderia falar sobre o assunto por conta do período de silêncio imposto pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

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