Um dos grandes nomes do atletismo brasileiro, o velocista André Domingos da Silva está envolvido na investigação policial sobre o desaparecimento de um casal em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Ele, inclusive, deverá ser ouvido como testemunha depois de disputar os Jogos Pan-Americanos do Rio.
Dono de duas medalhas olímpicas, ambas no revezamento 4×100 metros, André Domingos está com 34 anos. Ele conhecia e fez negócios com o comerciante Edílson Alves, de 35 anos, dono de uma revendedora de veículos, que no dia 3 de março desapareceu misteriosamente com sua funcionária Viviam Matias da Silva, de 23 anos.
André estava processando e sendo processado criminalmente por Edílson Alves, de quem adquiriu dois carros, um deles financiado em nome do próprio Edílson Alves. O atleta tenta, na Justiça, receber de volta um dinheiro pago ao comerciante, que, por sua vez, também recorreu à Justiça para receber supostos prejuízos causados pelo atleta.
A delegada da polícia civil Ieda Maria Filgueiras, responsável pelo inquérito, garantiu que vai ouvir André Domingos depois do Pan. "Todas pessoas que conheciam o casal serão ouvidas. O André ainda tinha uma pendência com o comerciante", explicou.
Nesta quarta-feira (13), André disse que não vai mais comentar o assunto. "Houve muitos comentários, mas não falo mais sobre isso porque pode atrapalhar minha preparação para o Pan. Meu advogado pediu para eu evitar falar sobre o assunto e eu prefiro assim, pois fico mais tranqüilo para me preparar para os Jogos", revelou o atleta.
Aos jornais de Presidente Prudente, no entanto, André deu entrevista na terça-feira e negou qualquer envolvimento com o caso. Ele também explicou em quais condições se deu o seu relacionamento com o comerciante e se disse triste pelos comentários maldosos de que tem sido vítima na cidade.
Complicações
Além das pendências jurídicas em Edílson Alves, André teria outra ligação com o comerciante. Afinal, o atleta indicou um amigo, o pedreiro Carlos Eduardo Almeida Ribeiro, para negociar com o dono da revendedora de carros. Ribeiro comprou um carro, mas brigou com Alves por causa do pagamento do IPVA – o veículo, na verdade, teria sido pago pelo próprio André.
No mês passado, no entanto, o pedreiro foi preso em flagrante quando assaltava um ônibus de sacoleiros, na divisa de São Paulo com o Paraná. Na prisão, a polícia apreendeu com Ribeiro um revólver e descobriu que a arma tinha sido usada por ele em outro assalto, a um posto de gasolina de Presidente Prudente. Na ocasião, André se disse surpreso com a detenção do pedreiro, a quem conhecia há mais de dez anos.
