Vereadores “da velha guarda”, no segundo ou terceiro mandato, foram os principais responsáveis pela aprovação do projeto de lei que reajustou gratificações de servidores públicos da Câmara Municipal e instituiu mais benefícios para os funcionários e para os próprios vereadores. O pacote deve aumentar em R$ 43,6 milhões os gastos da Câmara Municipal, que tem um orçamento de R$ 500 milhões por ano.

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Os novos parlamentares, como Fernando Holiday (DEM), do Movimento Brasil Livre (MBL), Janaína Garcia (Novo) e Sâmia Bomfim (PSOL), símbolos da renovação da Câmara, com campanhas de sucesso via redes sociais, votaram contra a proposta. Caio Miranda (PSB), que também mira o público das redes sociais, deixou de votar.

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Por outro lado, velhos conhecidos do Legislativo, como o ex-presidente da Câmara Municipal e ex-líder do PT Arselino Tatto, o líder do MDB Ricardo Nunes, Dalton Silvano (DEM) – parlamentar eleito pela primeira vez há 22 anos – e Adilson Amadeu (PTB) – no quarto mandato consecutivo – foram favoráveis. “Esse projeto não foi bem discutido. Às vezes, se você não fica no tête-à-tête, alguma coisa passa sem você perceber”, justificou Amadeu. Ele diz que, entre os vereadores, há movimento para que a Câmara envie pedido de veto ao prefeito Bruno Covas (PSDB), que terá de sancionar o projeto.

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Apesar de a Câmara não confirmar, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que Covas deverá deixar a sanção do texto para o vereador Milton Leite (DEM), presidente do Legislativo, que deverá assumir a Prefeitura daqui a duas semanas, por causa de uma viagem oficial. Leite, que assumiu o cargo convocando repórteres para falar de seu plano para pôr fim a supersalários na Casa, tem mantido silêncio sobre o caso.

Detalhes

Há uma tendência de que a Câmara só fará um projeto revogando a lei se a pressão contra o texto se mantiver. O pacote prevê auxílio-creche de R$ 573,45, auxílio-saúde de até R$ 1.079, na forma de reembolso, e gratificações de até R$ 16 mil para servidores concursados que têm cargos de chefia.

Lista de votação

A favor da proposta: Adilson Amadeu (PTB), Adriana Ramalho (PSDB), Alfredinho (PT), Amauri da Silva (PSC), André Santos (PRB), Arselino Tatto (PT), Atílio Francisco (PRB), Celso Jatene (PR), Conte Lopes (PP), Dalton Silvano (DEM), David Soares (DEM), Edir Sales (PSD), Eliseu Gabriel (PSB), Fabio Riva (PSDB), Gilson Barreto (PSDB), Isac Felix (PR), Jair Tatto (PT), João Jorge (PSDB), Milton Ferreira (Podemos), Milton Leite (DEM), Noemi Nonato (PR), Ota (PSB), Patrícia Bezerra (PSDB), Quito Formiga (PSDB), Reis (PT), Ricardo Nunes (MDB), Ricardo Teixeira (PROS), Rodrigo Goulart (PSD), Sandra Tadeu (DEM), Toninho Paiva (PR), Trípoli (PV) e Zé Turin (PHS).

Contra: Eduardo Suplicy (PT), Fernando Holiday (DEM), Janaína Lima (Novo), Paulo Frange (PTB), Police Neto (PSD), Sâmia Bonfim (PSOL), Soninha (PPS) e Toninho Vespoli (PSOL).

Não votaram: Alessandro Guedes (PT), Antonio Donato (PT), Aurélio Nomura (PSDB), Caio Miranda (PSB), Camilo Cristófaro (PSB), Claudinho de Souza (PSDB), George Hato (MDB), Juliana Cardoso (PT), Mario Covas Neto (Podemos), Natalini (PV), Claudio Fonseca (PPS), Rute Costa (PSD), Senival Moura (PT) e Souza Santos (PRB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.