Cortar o açúcar é a primeira medida que vem à mente da maioria das pessoas ao receber um diagnóstico de diabete tipo 2, cujo dia mundial é celebrado nesta segunda-feira, 14. Variação mais comum da doença, ela que está relacionada com o aumento da gordura na região abdominal, mas quem já tem o problema deve adotar uma série de hábitos em sua rotina para conseguir resultados no tratamento e evitar complicações.
“A orientação que a gente dá para uma pessoa com diabete é aquela dada para todas as pessoas: não pode ter abusos na alimentação e a pessoa deve praticar atividade física. O tratamento é feito com mudanças no estilo de vida. Os medicamentos para o controle da doença ficam em segundo plano e, por fim, a insulina”, diz Tarissa Petry, endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabete do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A cirurgia bariátrica também já está sendo indicada para pessoas com a doença e que têm o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 35. O Conselho Federal de Medicina (CFM) analisa se a indicação pode ser ampliada para pacientes com IMC acima de 30. Atualmente, 14 milhões de brasileiros têm a doença, que pode ser evitada.
“A diabete tipo 1 é uma doença autoimune rara, mas o tipo 2 é causado, principalmente, pelo aumento da gordura abdominal, que aumenta a resistência do organismo à insulina, que é produzida do pâncreas, e tem como função ‘pegar’ a glicose no sangue e colocar nas células para que ela seja usada em forma de energia. Com o tempo, o pâncreas produz cada vez mais insulina e vai sofrendo morte celular”, explica.
Complicações. Um exame de glicemia em jejum é capaz de detectar o problema. O ideal é que a glicose não ultrapasse 99 ml/dL. Até 125 ml/dL, é considerado que a pessoa tem pré-diabete.
“Nessa fase, a pessoa não tem sintomas. A grande maioria não sabe que está com pré-diabete. Só em uma fase mais avançada é que os sintomas aparecem, mas o paciente não deve chegar nesse estágio.” Os principais sintomas são aumento na quantidade de urina, sede, fome e perda de peso.
Quando não controlada, a doença pode causar problemas nos olhos, nos pés, nas mãos e nos rins. “A glicose é tóxica e leva a complicações micro e macrovasculares. As microvasculares podem causar alteração da visão, lesão da retina e, em último estágio, cegueira. Também causa queimação e formigamento nos pés e nas mãos. Isso pode evoluir para a perda da sensibilidade e amputação. As macrovasculares são o AVC e o enfarte do miocárdio.” Insuficiência renal também está entre as consequências da doença.