Foto: José Cruz/Agência Brasil |
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Luiz Vedoin: mais provas. |
O vice-presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse que documentos apresentados pelo empresário Luiz Antonio Vedoin, dono da Planam, ontem, comprovam o repasse de recursos para cinco parlamentares contra os quais a comissão tinha apenas indícios de participação no esquema de fraudes para a compra de ambulâncias. Segundo o deputado, esses recursos teriam sido recebidos por auxiliares ou parentes dos parlamentares, como mostram cópias de cheques, de depósitos e notas fiscais. Os cinco já faziam parte da lista dos que teriam recebido dinheiro em espécie.
Vedoin é um dos sócios da Planam, empresa que fraudava a compra de ambulâncias por prefeituras a partir de emendas orçamentárias. O presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), explicou que o sub-relator de Sistematização e Controle da CPMI, Carlos Sampaio (PSDB-SP), verificou 13 pontos de divergência entre as declarações feitas por Vedoin à Justiça Federal do Mato Grosso e à CPMI – sendo que pelo menos oito deles precisam ser esclarecidos.
Segundo Biscaia, que promete fazer a leitura do relatório parcial amanhã, Vedoin foi advertido de que poderá perder o benefício da delação premiada se a CPMI comunicar ao juiz que ele mudou o depoimento em relação a alguns dos parlamentares inicialmente apontados como participantes do esquema. Para Jungmann, no entanto, o que Vedoin fez foi ajustes em seu depoimento. Na sua opinião, a postura do empresário não está sendo a de desqualificar o que havia dito.
Sobre os documentos apresentados por Vedoin, Antonio Carlos Biscaia disse que há novas provas de várias das afirmações feitas pelo empresário nos seus depoimentos. Raul Jungmann acrescentou que, na reunião, Vedoin falou sobre duas licitações realizadas para a aquisição de mais de mil ambulâncias cada uma, destinadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que teriam sido fraudadas.
Segundo o deputado, Vedoin falou ainda sobre como funcionava o ?cartel da Rontan?, que vencia as licitações com base em um diferencial: um aparelho de GPS (Sistema de Posicionamento Global) via satélite que só ela tem. ?Quando alguém faz uma licitação pedindo GPS por satélite, está dizendo uma certa empresa?, assinalou Jungmann.
Saúde compra aspiradores superfaturados
Brasília (AE) – O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) denunciou ontem a compra por preços superfaturados em quase 50% de um lote de 1.108 aspiradores de secreções destinados ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Atualmente, de acordo com o deputado, cada aparelho pode ser adquirido por R$ 2 mil. O governo, no entanto, pagou em setembro do ano passado R$ 2.980 por aparelho, conforme notas fiscais em poder da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas.
Redecker, que é encarregado pela CPMI de investigar o envolvimento do Executivo com a máfia dos sanguessugas, disse que apurou pessoalmente o superfaturamento. ?É uma malandragem de quase R$ 1 milhão?, disse.
