São Paulo (AE) – Os devotos do beato frei Galvão, prestes a ser canonizado depois da confirmação de seu segundo milagre, feita pelo papa Bento 16 na semana passada, comemoraram ontem os 184 anos da sua morte com uma missa, celebrada às 19h, na Catedral de Santo Antônio, em Guaratinguetá, a 175 quilômetros de São Paulo. Foi nessa igreja que frei Galvão fez a primeira comunhão e rezou a primeira missa.
A missa teve ainda caráter festivo pela revelação do milagre, conforme mensagem enviada do Vaticano pela irmã Célia Cadorim, postuladora da causa de frei Galvão. O milagre, confirmado pelo Vaticano, foi ele ter salvo a vida de uma mãe e seu bebê em São Paulo, em 1999, 177 anos após a sua morte. Invocado por orações, o frei Antônio de Sant?Anna Galvão teria intercedido para que o parto de alto risco fosse bem-sucedido.
Sandra Grossi de Almeida e seu filho Enzo de Almeida Gallafassi, que atualmente moram em Brasília, corriam risco de vida. A postuladora da causa de canonização de frei Galvão, irmã Célia Cadorim, disse que foi a intervenção do religioso que salvou a vida dos dois. Sandra tinha dificuldade para engravidar por causa de um problema no útero, que lhe provocou três abortos espontâneos entre 1993 e 1994, de acordo com o relatório apresentado por irmã Célia aos examinadores da Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano.
?Ela tinha útero bicorne, com duas cavidades de dimensões muito pequenas e assimétricas, como se fosse uma parede. Com tal formação, não corrigida cirurgicamente, era impossível levar a termo qualquer gravidez, pois o feto não tinha espaço suficiente para crescer e se formar?, explica irma Célia.
A gravidez era julgada de altíssimo risco, mas a gestação evoluiu normalmente até a 32.ª semana. O parto cesariano foi realizado no dia 11 de dezembro. A criança nasceu pesando quase dois quilos e medindo 42cm.