A cúpula do Vaticano voltou a defender a excomunhão dos médicos que realizaram um aborto de gêmeos em uma menina de 9 anos, que havia sido estuprada pelo padrasto em Pernambuco. O argumento: “Os gêmeos eram inocentes”.
O jornal italiano “La Stampa” publicou no sábado (7) declarações do presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, cardeal Giovanni Battista Re. Para ele, a excomunhão dos médicos foi “justa”, mesmo que a interrupção da gravidez tenha sido feita dentro da lei (que permite o aborto em caso de estupro e risco de morte da mãe). A mãe da menina, que autorizou o aborto, também foi excomungada publicamente pela Igreja.
Quando o caso da menina veio a público, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, declarou que as pessoas envolvidas no aborto cometeram pecado grave e seriam punidas com a excomunhão, a penalidade máxima prevista pela Igreja Católica. Na avaliação do cardeal Battista Re, a interrupção voluntária da gravidez “representa sempre o assassinato de uma vida inocente e, para o código do Direito Canônico, quem pratica ou colabora diretamente com o aborto cai na excomunhão”.