O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defendeu nesta quarta-feira (9) que o Brasil não deve boicotar os Jogos Olímpicos de Pequim, na China. Segundo ele, os jogos devem ser vistos como um momento de confraternização, capaz até mesmo de suspender guerras.
A nossa ótica não é uma ótica que veja sentido na idéia de fazer boicote às olimpíadas, porque ela é exatamente uma grande festa mundial para mostrar: países do mundo, entendam que os conflitos podem ser solucionados por meio de diálogo e não pela guerra, pela morte, disse.
No dia 22 de março, o presidente do Parlamento Europeu, Hans Gert Pöttering, defendeu medidas de boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim caso a China continue a recusar o diálogo com Dalai Lama, líder espiritual do Tibete – província com governo autônomo controlado pela China.
Ao comentar os recentes conflitos pela independência do Tibete, entre a população e forças de segurança chinesas, o ministro afirmou que o Brasil sempre se preocupa e condena qualquer situação de violência e repressão, mas ponderou que s vezes fazer a condenação ao invés ajudar superar o problema contribui para seu acirramento.
Segundo ele, no entanto esse posicionamento foge a postura mundial e regional assumida pelo Brasil de atuar como moderador e intermediador. O Brasil não vai fazer uma condenação enfática, mesmo quando discorda, porque ele prefere o entendimento diplomático.
Os conflitos no Tibete começaram no dia 14 de março, por ocasião do aniversário da revolta tibetana de 1959 contra a presença chinesa na província. O Tibete era um país independente até 1951, quando foi ocupado pela China.
O ministro Vannuchi deu as declarações no lançamento da Campanha Brasileira dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
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