São Paulo – Dos 1,317 milhão de telefones públicos no País, pelo menos 260 mil estão comprometidos por práticas de vandalismo e por fraudadores que conseguem fazer extensões clandestinas em “orelhões” para não pagar pelas chamadas. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Prestadoras de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), Carlos Paiva Lopes, todos os “orelhões” são mantidos pelas operadoras fixas. “O suporte aos “orelhões? já é uma operação deficitária para as empresas, que ainda têm de cobrir os custos com manutenção e troca de equipamentos”, diz Lopes.
Segundo ele, as operadoras desembolsaram em 2003 cerca de R$ 350 milhões para cobrir fraudes em “orelhões”. “Não recebemos e ainda temos de pagar pela interconexão de redes”, explica. Já o vandalismo exigiu R$ 36 milhões no ano passado das empresas do setor.
A Abrafix negocia com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) uma forma de partilhar os custos para dar suporte à rede de “orelhões” no País. Ao mesmo tempo, a entidade espera garantir mudanças nas obrigações com os telefones públicos. “Há “orelhões? que nunca foram usados no País”, diz Paiva. A idéia é aumentar, por exemplo, a distância mínima exigida entre um e outro “orelhão”, que hoje é de 300 metros.