Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff tentar tranquilizar torcedores e jogadores e prometer segurança durante a realização da Copa do Mundo, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, minimizou nesta terça-feira, 3, o risco da violência no Brasil, afirmando que é preciso abandonar o “complexo de vira-lata” de achar que “tudo que é ruim acontece” no País. Com a proximidade da Copa do Mundo, embaixadas de vários países têm alertado sobre a criminalidade no Brasil. Em Ribeirão Preto (SP), um jornalista francês disse que seu carro foi furtado na semana passada.
“O assalto a um jornalista é igual a um assalto que sofri em Portugal e a outro que sofri na Itália. Tive dois assaltos na Europa. Nós não poderemos nos prender a pequenos incidentes que são corriqueiros em todos os países. Quero insistir, em todos os países. Vamos abandonar o complexo de vira-lata de achar que só no Brasil acontece violência, acontecem problemas”, comentou o ministro a jornalistas, após participar de seminário no Palácio do Planalto.
“Que os países orientem seus turistas para tomarem certos cuidados, é natural e isso qualquer país pode fazer. Mas não vamos vestir essa carapuça. Quem não se lembra das manifestações na França, em Paris, incendiada na periferia? Quem não se lembra dos conflitos em Londres e em tantas cidades da Europa ou nos EUA durante os jogos? Então, temos que abandonar essa história de achar que tudo que é ruim acontece no Brasil e que o resto do mundo é uma maravilha”, disse o ministro.
Nesta segunda, durante cerimônia de recebimento da taça da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff assegurou a brasileiros e estrangeiros que “a estrutura de segurança vai proporcionar a tranquilidade necessária para aproveitar os jogos, as festas e os passeios”. “O deslocamento de torcedores e turistas pelas cidades-sede será tranquilo e seguro”, afirmou a presidente.
Exército.
Conforme revelou ontem o jornal O Estado de S.Paulo, o Exército vai ajudar no policiamento das ruas de São Paulo durante a Copa do Mundo. Na sexta-feira passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) aceitou a oferta da presidente Dilma Rousseff, que se estendeu aos demais 14 governadores cujos Estados receberão seleções durante o evento. Os homens do Exército ficarão nas ruas e em locais que demandarem reforço na segurança.
Os reforços das Forças Armadas serão enviados também para Santos, onde ficarão México e Costa Rica, para Porto Feliz, onde se hospedará Honduras, para Ribeirão Preto, que receberá a França, para Campinas, que vai abrigar Portugal e Nigéria, para o Guarujá, com a Bósnia-Herzegovina, para Águas de Lindoia, com a Costa do Marfim, para Mogi das Cruzes, que receberá a Bélgica, para Cotia, com Colômbia, e para Sorocaba, que vai abrigar a Argélia.