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  Agência Brasil
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Valério se apresentou a ex-ministro
de Portugal como consultor do
presidente do Brasil.

Brasília – O jornal Expresso divulgou que o ex-ministro de Portugal António Mexia disse, em entrevista de 16 do mês passado, que recebeu "o senhor Marcos Valério, na qualidade de consultor do presidente do Brasil e a pedido de Miguel Horta e Costa", presidente da empresa Portugal Telecom. Mexia foi ministro de Obras Públicas, Transportes e Comunicações de Portugal de julho do ano passado a março deste ano.

Ainda segundo o jornal, ele disse que foi um encontro de cortesia que durou de dez a 15 minutos, no qual tiveram "conversa de circunstância". "Não houve nenhum tópico específico, muito menos algo que não tinha nada a ver com a minha função de ministro", afirmou Mexia ao jornal. Disse também que, se for convocado pela CPI dos Correios, como quer o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), estará à disposição da comissão.

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António Luís Guerra Nunes Mexia foi administrador do Banco Espírito Santo Investmento entre 1990 e 1998. Segundo Jefferson, houve uma tentativa de transferir para o banco as reservas internacionais do Instituto de Resseguros do Brasil, transação que renderia comissão para o PT e o PTB. O banco tem participação na Portugal Telecom.

Em nota distribuída à imprensa, a Portugal Telecom admitiu que manteve contatos com o publicitário Marcos Valério em Lisboa. Segundo a empresa, o encontro de dirigentes com Valério serviu para tratar da compra da Telemig pela Portugal Telecom. A empresa esclareceu também que tem como regra manter contatos institucionais não só com o governo, mas também com "autoridades políticas, meios empresarial, social e cultural".

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A empresa nega, no entanto, que tenha mantido reuniões ou "qualquer tipo de contatos" com Marcos Valério e Emerson Palmieri (PTB) nos dias 24, 25 e 26 de janeiro em Lisboa, como denunciou nesta terça-feira o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), durante o depoimento do deputado José Dirceu ao Conselho de Ética da Câmara. Jefferson acusou o ex-ministro José Dirceu de ter intermediado o encontro entre emissários do PT e do PTB com a Portugal Telecom com a finalidade de resolver problemas de caixa de campanha. Dirceu rechaçou completamente a denúncia, negando qualquer negociação feita sob sua ordem ou conhecimento.

O empresário Marcos Valério já havia admitido ter viajado a Portugal acompanhado do então tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri. Ele fez a revelação ao deixar o Ministério Público Federal, onde passou a tarde e o início da noite de terça-feira prestando depoimento. Disse ter ido a Portugal garimpar negócios para suas agências de publicidade, a DNA e a SMP&B, já que a Portugal Telecom estava prestes a controlar a Telemig Celular, empresa para a qual suas agências já trabalhavam. Sobre Palmieri, Valério disse que o ex-tesoureiro petebista o acompanhou apenas como amigo.

Também na terça-feira, o Palácio do Planalto divulgou nota negando as acusações de Jefferson sobre a Portugal Telecom. Segundo o Planalto, o presidente Lula teve dois encontros oficiais com a empresa. O Planalto diz que "as duas audiências foram solicitadas pela empresa para comunicar seus investimentos no Brasil" e ressalta que "em nenhum momento foi tratado qualquer assunto que não se referisse aos empreendimentos da companhia portuguesa no país".