A Vale estima que seus desembolsos totais relacionados a Brumadinho fiquem entre um piso de US$ 3,6 bilhões e um teto de US$ 5,25 bilhões no período de 2019 a 2022, divulgou a mineradora nesta quarta-feira. Os valores já foram provisionados e envolvem investimentos em reparação e descaracterização de barragens. O rompimento da barragem, em 25 de janeiro, deixou 250 mortos e 20 desaparecidos.
A projeção para 2019 é que o montante desembolsado fique entre US$ 900 milhões e US$ 1,15 bilhão. No ano que vem, a estimativa vai de US$ 1,5 bilhão e US$ 2,1 bilhões, caindo a uma faixa de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão em 2021. Em 2022, os valores são residuais e ficariam entre US$ 200 milhões e US$ 500 milhões.
Do total, a maior parte está vinculada a projetos e iniciativas visando a recuperação do meio ambiente e compensação da sociedade: US$ 2,9 bi a US$ 4,2 bi. Segundo a Vale, essas estimativas “podem variar em decorrência do estágio preliminar das negociações em andamento, prazos e escopo dos programas, que estão sujeitos à aprovação e consentimento das autoridades competentes, dentre outros”.
Até aqui, a mineradora tem um total de R$ 11,3 bilhões em recursos bloqueados, dos quais R$ 5,5 bilhões em garantias (cartas de fianças e ações). No primeiro trimestre do ano esse total chegava a R$ 16,8 bilhões.
Em uma apresentação para analistas, a Vale informa que já assinou 500 acordos de indenização individual ou em grupo, envolvendo 1.100 beneficiários e o pagamento de R$ 172 milhões. Outros 460 acordos de indenizações trabalhistas foram fechados. Eles se referem a 182 vítimas da tragédia e recompensaram 1.300 pessoas, provavelmente familiares. São R$ 432 milhões de indenização a indivíduos e R$ 400 milhões coletivos.
A Vale menciona ainda no documento uma indenização emergencial de R$ 840 milhões a serem pagos a 107 mil pessoas até janeiro de 2020.