O movimento para se vacinar contra febre amarela no hospital de campanha montado pela Secretaria de Estado de Saúde, no centro de Casimiro de Abreu, na Baixada Litorânea do Rio de Janeiro, entrou madrugada adentro nesta sexta-feira, 17.

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Alertados pela confirmação de que a primeira morte pela doença no Estado é de um morador da zona rural da cidade, os moradores locais e de municípios vizinhos correram para garantir vacina. O temor era de que as doses não fossem suficientes para atender toda a população.

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Os casos de febre amarela na cidade assustaram a população e houve uma corrida aos postos. Entre quarta-feira, 15, quando os casos de febre amarela foram confirmados, e às 15h desta quinta-feira, 16, 17 mil pessoas foram imunizadas. Novas remessas da vacina chegaram de helicóptero no fim da tarde.

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Perto de meia-noite, estavam na fila estudantes que voltavam das aulas no campus da Universidade Federal Fluminense, funcionários da Autopista Fluminense, a concessionária que administra trecho da BR-101 e moradores que não conseguiram se vacinar pela manhã – ou que não puderam esperar nas longas filas que se formaram nos postos de saúde da cidade desde cedo.

Entre o choro de crianças, com medo da vacina, e a conversa de quem esperava para receber uma dose do imunizante, um jovem de Barra de São João, distrito de Casimiro de Abreu, desmaiou logo depois de tomar a vacina. Segundo informações de uma enfermeira que o socorreu, ele havia passado a tarde ensaiando em uma banda, estava sem se alimentar dede cedo e teve uma crise de hipoglicemia. Foi levado de ambulância para o Hospital Municipal de Casimiro de Abreu, onde recebeu soro. O nome dele não foi divulgado.

A professora de música Ester dos Santos Couto, de 56 anos, contou que decidiu se vacinar quase de madrugada depois de procurar pela vacina em três postos durante a tarde e não encontrar. “Em uma das filas, eu cheguei a ficar mais de uma hora esperando as doses. A melhor coisa foi procurar o hospital de campanha a essa hora. A fila está bem menor”, afirmou.

O operador de pedágio Rômulo Marchi Veloso, de 22 anos, combinou com os colegas de trabalho para se vacinarem depois do expediente, encerrado às 22h. “Estamos todos muitos preocupados. Temos um sítio em Córrego da Luz, onde ocorreram os primeiros casos, e vamos evitar de ir para lá”.

A estudante de psicologia da UFF/Macaé Neusi Mozer, de 43 anos, havia tentado se vacinar pela manhã. “Estava um caos, as filas nos postos de saúde eram imensas”, contou. Ela aproveitou a fila pequena do fim da noite para se imunizar. “Meu filho mais moço está em São Paulo e já vai vir de lá vacinado”, disse.

Técnicos do município contaram ter vacinado moradores do Rio de Janeiro, São Gonçalo, Rio Bonito e Rio das Ostras, que viajaram a Casimiro de Abreu para garantir a dose da vacina.