A Universidade de São Paulo (USP) restringiu a circulação de ciclistas esportivos na Cidade Universitária, zona oeste paulistana. Eles só poderão pedalar na região durante três dias da semana, por apenas duas horas diárias. A restrição, diz a USP, não afeta ciclistas que usam a bicicleta como meio de locomoção no câmpus.

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As mudanças foram publicadas nesta terça-feira, 28, em portaria da Prefeitura do Câmpus da Capital. O texto traz um manual e indica que o ciclista esportivo deverá se cadastrar no site da USP para obter um certificado. Essa identificação deve ser impressa e colada na bicicleta e no capacete.

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Mesmo com o cadastro, o ciclista terá de cumprir horários mais rígidos. Só poderá circular terças, quintas e sábados, das 4h30 às 6h30. Em feriados, a prática fica proibida. Não serão permitidos treinos em grupos com mais de quatro ciclistas e a circulação pela Rua do Matão, via íngreme usada para treino de subida, continua vedada.

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O manual prevê ainda que “não será permitido realizar a prática do ciclismo esportivo de maneira agressiva”. Os ciclistas que descumprirem a regra poderão ser abordados pela Superintendência de Prevenção e Proteção Universitária e ficam sujeitos a perder o certificado por período de até três anos.

A USP justifica a medida citando denúncias sobre o comportamento dos ciclistas. Em 2018 foram 13 ocorrências no câmpus, registradas pela Guarda Universitária, envolvendo o ciclismo, o que inclui quedas, colisões, atropelamentos e discussões. Este ano, houve um caso de agressão e a Ouvidoria recebeu 29 queixas contra ciclistas. A USP prevê campanhas educativas sobre as regras. Circulam pelo câmpus cerca de 100 mil pessoas por dia.

Não é a 1ª vez que a USP restringe o ciclismo esportivo. Em 2005, o veto ao esporte no câmpus nos dias de semana recebeu críticas, principalmente após a morte de dois ciclistas atropelados na Rodovia dos Bandeirantes, e as bicicletas voltaram ao câmpus. Em 2010, a USP voltou a limitar as bikes. Depois, em 2017, nova regra da reitoria fixou a necessidade de cadastro, mas os horários para circulação não estavam claros.

Crítica

Para o empresário Caetano Barreira, de 42 anos, que usa a USP para treino ciclístico, a medida “inviabiliza totalmente a prática”. “Quem fala em treinar três vezes por semana não tem noção (da necessidade de treinos de um atleta).” A notícia, diz, foi recebida com críticas pelos grupos de ciclistas esportivos, que encontram poucos espaços seguros para a prática na capital. “As pessoas têm de ser capazes de conviver e a USP está limitando a convivência.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.