Brasília – O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), confirmou que vai chamar o usineiro João Lyra para esclarecer os termos da compra de um jornal e uma rádio em Alagoas, negócio que teria sido feito em sociedade com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e registrado em nome de ?laranjas?. Segundo o corregedor, o usineiro será ouvido na próxima quinta-feira (16). E promete contar tudo que sabe.
Tuma disse ainda que Lyra pediu que não fosse ouvido no Senado para evitar o encontro com Renan Calheiros, ?por causa do choque entre os dois?. ?Eu disse que não haveria nenhum problema em me deslocar até Maceió e ouvi-lo numa repartição pública?.
O senador disse ainda que o usineiro está disposto a contar todos os fatos e mostrar documentos. Na última sexta-feira, no entanto, Lyra afirmou ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que não possui documentos que comprovem a sociedade, embora tenha garantido a existência dela.
Questionado se a eventual falta de documentação pode prejudicar a elucidação dos fatos, Tuma negou. ?Em toda investigação, você tem indícios. A falta de documentos pode não prejudicar o andamento de uma investigação que chegue à verdade. Tendo os indícios, você vai atrás da verdade?, afirmou.
Segundo a revista Veja, o usineiro confirmou a sociedade secreta com Renan Calheiros, por meio de "laranjas" usados a pedido do presidente do Senado. Renan teria investido R$ 1,3 milhão, valor não declarado à Receita Federal ou à Justiça Eleitoral.
Recentemente, Renan disse que a revista só publica denúncias contra ele para desviar a atenção das negociações da venda da TVA para um grupo estrangeiro, a Telefónica. O grupo Abril, responsável pela Veja e pela TVA, publicou nota rebatendo as críticas.