União pagou R$ 2,45 bilhões desde 2001 a anistiados políticos

De 2001 até agora, a União pagou R$ 2,45 bilhões a anistiados políticos, em prestações únicas, a título de indenização pelo tempo em que eles ficaram sem renda devido a punição política, demissão, tortura, exílio e outras formas de repressão durante o regime militar (1964-1985). Foram julgados 37 mil pedidos de reparação, dos quais 24,5 mil foram deferidos, conforme balanço divulgado nesta quinta-feira (20) pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Outros 30 mil ainda devem ser julgados.

A conta final deixada pela ditadura deverá passar de R$ 4 bilhões apenas com o pagamento desse tipo de indenização. A Comissão acelerou o ritmo dos trabalhos neste ano e espera concluir todos os julgamentos até o final do governo Lula, segundo informou o ministro da Justiça, Tarso Genro. "Esperamos, até o último dia de governo, fechar todos os processos", disse. Para ele, o acerto dessa conta é um dever histórico do País. "Estamos todos no mesmo barco da construção da democracia, dos direitos humanos e da república", enfatizou.

A pauta do próximo ano deverá ser aberta com os processos, prontos para julgamento, em favor de cerca de 170 camponeses da região do Bico do Papagaio, no sul do Pará, atingidos pela repressão das Forças Armadas durante a guerrilha do Araguaia (1971-1974). Estão também agendados os processos de políticos em atividade, como o ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont e o ex-ministro de Direitos Humanos Nilmário Miranda, presos e torturados pelo regime, além de personalidades marcantes da vida nacional, como os cartunistas Ziraldo e Jaguar, exilados durante a ditadura.

A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, cujo processo também está pronto, pediu para que seu julgamento seja adiado para o final. Ex-guerrilheira da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) presa e exilada, ela disse preferir que seu processo entre na pauta quando estiver fora do governo.

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