Rio – O Ministério da Justiça entrou ontem à tarde com ação contra a Prefeitura do Rio de Janeiro para montar um hospital de campanha da Marinha no Campo de Santana. Mais cedo, a Prefeitura divulgou nota afirmando que utilizar o local para o fim que o governo pretende seria um crime contra a cidade. A nota diz que as barracas de atendimento médico, e o movimento em torno delas, poriam em risco um patrimônio histórico-cultural da cidade e os animais e plantas que vivem no local. O ministério alega que o lugar é estratégico e que um hospital montado ali desafogaria o atendimento na emergência do Hospital Souza Aguiar. Na nota, a Prefeitura sugere que outros espaços sejam usados pelo Ministério da Saúde, como o pátio interno do Comando Militar do Leste, a área em frente ao Monumento aos Pracinhas, a praça da Apoteose, no Sambódromo, o pátio interno do Hospital Souza Aguiar, dois dos quatro andares que se encontram fechados no Hospital dos Servidores do Estado ou o pátio interno do Arquivo Nacional, que fica perto do Campo de Santana.

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O coordenador da intervenção federal na Saúde do Rio, Sérgio Cortes, disse que o Campo de Santana foi o local escolhido pela Marinha porque é o local mais próximo do Hospital Souza Aguiar. Cortes explicou que o pátio do Comando Militar do Leste já fora cogitado, mas o espaço é pequeno para montagem do hospital. Os outros locais sugeridos pelo prefeito, ainda segundo Cortes, ficam longe da grande emergência do Souza Aguiar, pondo em risco a vida dos pacientes graves.

Aberto para fazer atendimentos clínicos e desafogar os hospitais Lourenço Jorge e Cardoso Fontes – este sob intervenção federal -, o hospital de campanha da Aeronáutica acabou atendendo a emergências no primeiro dia de funcionamento. Um exemplo é o caso do motociclista Ivisson José de Oliveira, de 31 anos, que sofreu queimadura na perna esquerda ao cair de moto. Ele procurou o Lourenço Jorge, mas foi orientado a buscar atendimento no hospital de campanha. ?Eles não tinham material para limpar a queimadura e me encaminharam para cá?, contou.

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