Unesp tem denúncia de evento racista

Estudantes de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, interior de São Paulo, denunciaram na segunda-feira, 30, nas redes sociais o uso de fantasias semelhantes às do grupo racista americano Ku Klux Klan (KKK), em uma festa de calouros. Os organizadores do evento negam que os adereços fizessem referência à seita. A Unesp informou que vai criar uma comissão para apurar o episódio.

O evento, que ocorreu no dia 5, foi mais uma das recepções de calouros organizadas por estudantes do 6º ano, realizada em uma área externa da universidade. Segundo alunos ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a atividade é uma espécie de “batizado” dos novos alunos, que a cada ano é feita com uma fantasia diferente.

O conflito aconteceu porque o “uniforme” usado pelos estudantes, com capas, gorros e tochas nas mãos, era parecido com o da organização racista KKK, que surgiu na segunda metade do século 19 nos Estados Unidos e defendia a supremacia branca. Apesar de a roupa ser preta – diferentemente das capas brancas da KKK -, alguns estudantes se sentiram ofendidos e postaram as imagens nas redes sociais. Os veteranos, no entanto, dizem que a ideia era representar “carrascos”.

“Com a morte de centenas de milhares de pessoas não se brinca. O racismo não é brincadeira”, disse a página “Opressão na Medicina”, no Facebook, que reúne relatos de diversas universidades do País. A página compartilhou fotos do evento ao lado de uma imagem do KKK, com um símbolo nazista. “Eles se utilizam disso para aterrorizar os ‘bixos’ e depois amenizar a ‘brincadeira’. Não se usa uma referência histórica como essa para ‘brincadeira'”, relatou uma estudante do curso que pediu para não ser identificada.

Reunião

Com a repercussão do caso, os veteranos prometeram se reunir com a diretoria da unidade ontem, para contar sua versão do episódio. “A conclusão de que estávamos fantasiados de Ku Klux Klan foi inferida pela forma como foram divulgadas as imagens, descontextualizando totalmente a fantasia e inserindo imagens que fizessem com que os leitores chegassem a essa conclusão”, informou, em nota, a 48º Turma da Faculdade de Medicina de Botucatu.

A Unesp de Botucatu já tinha sido alvo de relatos de abusos em festas na CPI do Trote da Assembleia Legislativa. Em nota, a instituição informou que não recebeu denúncia formal sobre o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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