Um em cada quatro veículos envolvidos em acidentes de trânsito nas estradas federais do País, no ano passado, era caminhão. O porcentual é sete vezes maior que o da frota de veículos de carga que circula nas rodovias. Só nas estradas com pedágio, o número de acidentes subiu 25% entre 2007 e 2008. De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), as rodovias federais registraram no ano passado 138 mil ocorrências de trânsito, com um total de 239 mil veículos envolvidos.

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Segundo especialistas em segurança de trânsito, quando veículos de carga provocam ou são vítimas de acidentes, o número de óbitos é, em média, sete vezes maior do que em colisões graves envolvendo dois carros de passeio, quando costumam ser registradas duas mortes.

A carga horária média de 17 horas por dia e o uso de drogas para suportá-la estão entre as principais causas de acidentes. O sono ao volante é responsável por 60% das tragédias envolvendo caminhões. “O cansaço também faz os motoristas se acostumarem com a velocidade, provocando acidentes principalmente no acesso a cidades como São Paulo”, explica o engenheiro e especialista em transporte Rubem Penteado.

Outros fatores

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Mas o perigo não está só nos caminhoneiros. As estradas esburacadas e a condição dos veículos também contribuem com o índice de acidentes. Cerca de 80% da frota de 1,9 milhão de caminhões tem em média 21 anos de uso. “Carros velhos e sem manutenção em estradas com asfalto ruim é outra combinação fatal”, afirma Penteado.

O presidente do sindicato dos caminhoneiros, Norival de Almeida Silva, defende que as estatísticas são desfavoráveis para a categoria porque os veículos, embora representem uma parcela pequena da frota, passam mais tempo em circulação. “É uma junção de irregularidades, cometidas também por quem dirige carro.”

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