Rio
– A TV brasileira enfrenta a maior crise dos últimos anos. Emissoras começaram a promover cortes em massa de custos e de salários. Esta semana, a Globo vai anunciar grande corte entre os salários mais altos de todos os núcleos (inclusive os artísticos) da casa. O SBT também tomou na terça-feira uma medida draconiana: foi determinado a todas as produções que cortem 20% dos gastos. Isso vale até para a atração do dono da emissora, o “Programa Silvio Santos”. Na Globo, contratos de estrelas que estão expirando não foram renovados: Luciano Szafir, Angélica e Thiago Lacerda estão trabalhando mediante cachê.Outras estrelas terão o mesmo destino, como Ana Paula Arósio. (Pessoas ligadas à carreira de Angélica negam a informação. Dizem que o contrato da apresentadora vence só em dezembro e que ela está disputada na emissora.) Já foi demitido praticamente todo o cast de “A Turma do Didi”. Nem o programa “Sandy & Junior” escapará dos cortes. A estréia de Xuxa ainda corre risco de ser adiada para 2003. O corte também deve atingir as produções jornalísticas da Globo. A reportagem apurou que um dos motivos que levaram Henri Phillippe Reichstul a deixar a Globopar, pouco mais de duas semanas atrás, foi o fato dele não conseguir implementar um corte de gastos baseado na demissão de salários mais altos – de funcionários tidos como “intocáveis”. Parece que agora a cúpula da Globo teria voltado atrás.
Enquanto isso, no SBT, programas caros como “Curtindo uma Viagem”, de Celso Portioli, já têm data para acabar: 3 de novembro. A produção custa cerca de R$ 800 mil mensais e o retorno publicitário não chega a um terço disso. Novas contratações estão descartadas. Projeto de um novo telejornal noturno voltou para a gaveta.