O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), propôs uma acareação entre o empresário João Lyra e Tito Uchôa primo e apontado como preposto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na compra de um grupo de comunicação em Alagoas. "Não terei dúvida em fazê-la", comentou. "Uchôa é uma peça importante para confirmar ou desmentir todos os depoimentos.
João Lyra confirmou, em entrevista à revista Veja, que tinha uma sociedade com Renan Calheiros para a compra de duas emissoras de rádio e um jornal. Além de prestar depoimento, Tito Uchôa se dispôs, conforme carta deixada no gabinete de Tuma, à acareação. "Eu acho que, em princípio, o Uchôa quer admitir que é o sócio legal e legítimo. Só que ele tem de comprovar as origens do dinheiro que pagou pela aquisição do grupo de comunicação", previu Tuma.
Ontem, Tuma esteve com Lyra em Maceió e, hoje, com o empresário Luis Carlos Barreto, sócio de Nazário Pimentel, dono do jornal. Mas o senador não conseguiu nas conversas mantidas com os alagoanos documentos que comprovem a participação de Renan no negócio. "É só verbal. Ele (o empresário Barreto) não tem documento. Ele tem cópia de uma carta mas não tem assinatura do primeiro contrato de Nazário com Renan", afirmou Tuma.
O empresário Barreto explicou sobre o andamento do negócio e contou que Nazário propôs a Renan Calheiros uma parceria, pois a empresa apresentava dificuldades financeiras, sobretudo por conta dos encargos fiscais. "Depois disso, passados dois meses, o senador chamou Nazário e disse que havia um grupo interessado na aquisição do grupo de comunicação e então fizeram uma reunião para estabelecer os preços. Mas ele não participou dessa reunião", contou Tuma.