O corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (DEM-SP) adiou para esta terça-feira (5), às 16 horas, o depoimento prévio do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. Ele teria feito, em nome do presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem Calheiros tem uma filha. O depoimento prévio foi adiado porque Tuma teve hoje uma crise de hipertensão e se internou, em observação, no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo.
Tuma quer ouvir o lobista para redigir um relato da pré-investigação sobre a representação do PSOL contra Calheiros por suposta quebra de decoro parlamentar. Tuma já adiantou que não possui provas de que despesas pessoais de Renan Calheiros teriam sido pagas pelo lobista e que quer absolvê-lo, e não condená-lo. Mas, para isso, precisará checar cuidadosamente os documentos apresentados pelo senador "para evitar que, amanhã, ele seja pego na próxima esquina". O presidente do Senado afirmou em discurso, na semana passada, que pagava a pensão com recursos próprios.
O presidente do Conselho de Ética do Senado, senador Sibá Machado (PT-AC), disse que conversará com Tuma e pedirá para participar da discussão de amanhã com Gontijo. Sibá explicou que Tuma, como corregedor, não pode apresentar oficialmente um relatório ao Conselho de Ética. Enfatizou que ele, Sibá, tem poder regimental para concluir pela admissibilidade ou não da representação encaminhada pelo PSOL, mas não quer, como presidente do Conselho, tomar sozinho a decisão. Por isso, vai ouvir o Conselho e pedir a seus integrantes que façam uma votação sobre a admissibilidade ou não. Para fundamentar essa decisão, um dos subsídios será o relato preliminar que Sibá está pedindo que Tuma elabore.