São Paulo – O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Alberto Goldman (SP), afirmou que o encontro realizado ontem pelos tucanos em Brasília, em comemoração aos cinco anos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), foi também um exercício de "aquecimento" para o processo sucessório do ano que vem. "Não iria tão longe em dizer que lançamos as bases da campanha de 2006 porque isso é um processo, temos um calendário a cumprir e iremos elaborar nossos projetos e idéias. Mas posso afirmar que já é um exercício de preparação, no qual a bateria está afinando seus instrumentos", destacou.
Na avaliação do líder dos tucanos na Câmara, o tom que o PSDB vai adotar na campanha eleitoral de 2006 já vem sendo dado pelos próprios integrantes do partido, nas críticas que fazem da administração do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Goldman acredita que os tucanos têm muitos bons nomes à sucessão de Lula, mas considera que o do governador de São Paulo Geraldo Alckmin, é hoje o mais provável.
De acordo com o líder tucano, apesar de o nome de Alckmin ser o mais provável para o embate com Lula em 2006, o processo de escolha terá de passar por uma avaliação interna do partido, que levará em conta as articulações e o consenso dos líderes do PSDB. "Mas, sem dúvida, o nome de Alckmin é o mais provável", reiterou.
Goldman disse que o prefeito da Capital, José Serra, é outro grande nome que o partido tem, mas lembrou o compromisso do prefeito com a cidade de São Paulo. "O Aécio (governador de Minas Gerais), é também um outro grande nome, mas ele tem grandes chances de se reeleger governador no ano que vem."
Num discurso afinado com o restante da cúpula de seu partido, Alberto Goldman destaca que o PSDB irá lançar candidato à presidência antes da hora. "Esse processo será feito com base em muita articulação e conversas internas", emendou. Porém, fez a seguinte ressalva: "Apesar desse cuidado, não podemos perder o timing. Ou seja, não pode ser muito cedo e nem tão tarde".
Foi mais ou menos este espírito que levou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, a desconversar, na quarta-feira, quando o assunto era sucessão.