Tucanos não vão à Cangüiri

Apesar da intensa especulação gerada pelo convite do governador Roberto Requião (PMDB) no final de semana, o jantar com a bancada tucana na Assembléia Legislativa, previsto para hoje à noite, na Granja do Cangüiri, não vai sair. Segundo o líder da oposição e presidente do diretório regional do PSDB, deputado Valdir Rossoni, o convite era vago, sem uma pauta previamente definida: "Nossa bancada está aberta a discutir os temas do interesse do Estado e da administração pública. O governador pode contar conosco para isso, a qualquer tempo. Mas não vejo razão para uma reunião que, neste momento, poderia ser interpretada como uma espécie de pré-negociação político-eleitoral. O PSDB tem uma postura em relação à campanha eleitoral do ano que vem, que é conhecida de todos e que nos aproxima do senador Osmar Dias (PDT)", explicou o dirigente tucano, preocupado em não se mostrar "deselegante" em relação ao gesto de cortesia de Requião.

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB), que também foi pessoalmente convidado pelo governador, disse que a conversa foi adiada sine die. Lacônico, ele disse apenas que era uma decisão conjunta da bancada: "Não tem conversa nenhuma agendada", informou. A bancada do PSDB no Legislativo estadual, que é atualmente composta por nove deputados -duas adesões são esperadas para as próximas semanas, ampliando esse número para 11 – está dividida em relação ao governo do Estado. Colocam-se como oposição, além de Rossoni e Brandão, o líder da bancada, deputado Ademar Traiano. Os demais – Nelson Garcia, Luiz Fernandes Litro, Luiz Nishimori, Francisco Buhrer, Luiz Accorsi e Miltinho Puppio – seguidamente votam com a base de apoio do governador na Casa. Buhrer garantiu, entretanto, que não havia divergência em relação à conversa com Requião: "Ela deveria reunir a bancada. Se alguns entendem que não deve acontecer, acaba ficando sem razão de ser".

Alianças

Para Rossoni, a onda de denúncias envolvendo o governo do PT torna o PSDB cada vez mais um interlocutor de peso na formação de alianças para as eleições do ano que vem: "As recentes pesquisas do Datafolha, apontando três nomes de nosso partido para o segundo turno com Lula, nos coloca numa situação especial. É a prova de que os brasileiros estão reconhecendo que temos quadros competentes e sérios. Tudo o que fizermos daqui para a frente com vistas a 2006 tem que considerar essa responsabilidade. É um momento de reflexão importante para o PSDB, momento de pensar em propostas para o desenvolvimento do País, e não de apressar definições político-eleitorais", acrescentou.

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