A dois dias do julgamento do pedido de cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o PSDB já começou a discutir a sucessão do senador no cargo. Em um seminário sobre a reforma política, em Brasília, bastou o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), propor à bancada o veto à eventual candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP), para Tasso anunciar que já tem candidato para presidir a Casa: o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Amanhã a legenda vai reunir a executiva nacional para fechar questão em favor da cassação do mandato de Calheiros.

continua após a publicidade

"Não sei quem será meu candidato, mas sei quem eu não quero. Não quero nada com essas oligarquias. Nosso candidato tem que ter estatura moral e ser de renovação", disse Arthur Virgílio, para concluir: "Se for candidato, Sarney não levará meu voto e espero que não leve o voto da bancada que tenho a honra de liderar". O líder arrancou aplausos da platéia tucana, mas àquela altura, Tasso ainda estava a caminho do seminário, vindo do Ceará, e não pôde ouvi-lo.

Alguns dirigentes da legenda interpretaram a fala de Virgílio como uma "provocação" ao presidente do partido, por conta da proximidade de Tasso com a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney, e com o pai dela. Provocado ou não, Tasso reagiu de pronto, lançando o ex-governador de Pernambuco na disputa. "Primeiro vamos ouvir o resultado da votação de quarta-feira. Prefiro ter a certeza da cassação para depois discutir sucessão", ponderou Tasso.

continua após a publicidade