Tucanos defendem agenda de reformas

Belo Horizonte (AE) – O governador reeleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), e a governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), reafirmaram ontem a defesa de uma ?agenda consensual? dos estados na discussão das reformas estruturais no Congresso, mas não deixaram de demonstrar disposição de diálogo com o Palácio do Planalto. Os tucanos se reuniram no Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte. Embora tenham delimitado a condição de oposição determinada pelas urnas, procuraram destacar o canal aberto com Luiz Inácio Lula da Silva, no mesmo dia em que o presidente voltou a bater no governo Fernando Henrique Cardoso.

?Vim aqui pactuar com o Aécio esse caminho, a busca da construção de uma agenda nacional. Não nos compete dizer qual é a agenda ao presidente da República. Ele, sem dúvida, vai nos propor, ele tem dado todas as indicações de que proporá uma agenda federativa com todos os governadores?, disse Yeda.

Antes do encontro com a governadora eleita, Aécio disse que não tem falado com o presidente, pois ?não houve necessidade ainda?. Mas destacou que mantém com Lula relação pessoal ?muito próxima?. ?Não houve ainda uma conversa política com o presidente, que obviamente, dependerá da iniciativa do próprio presidente.?

O governador mineiro já declarou que considera inoportuna uma reunião dos governadores com Lula antes da apresentação das propostas de consenso no Congresso – entre elas o estabelecimento de novos valores para o ressarcimento aos estados e municípios exportadores pelas perdas com a Lei Kandir; a transferência de recursos da Cide e do Pasep, e a conclusão da reforma tributária. Segundo Aécio, a idéia é que no dia 15 de fevereiro as propostas estejam nas mesas da Câmara e o Senado, ?com pedido urgência e prioridade para votação?.

Yeda, porém, sugeriu que deveria partir do governo federal uma proposta de reforma tributária, que unifique a alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e estabeleça o impacto nas finanças dos estados, que terá uma eventual mudança da arrecadação da origem (onde o produto é produzido) para o destino (onde é consumido).

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