Autor do projeto do novo prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no Setor de Administração Federal Sul de Brasília, o arquiteto Oscar Niemeyer foi homenageado hoje (7) pela ministra Carmem Lúcia, durante solenidade pelos dez anos de criação da Escola Judiciária Eleitoral (EJE), ao lembrar o conceito que ele colocou no memorial descritivo do Supremo Tribunal Federal (STF): “O ideal da justiça não tem fim e a curva corresponde a essa idéia”.
A ministra disse que tal conceito se aplica também ao TSE, “cujo projeto é um dos mais arrojados projetados por Niemayer” e que foi inaugurado “no dia do seu aniversário (15 de dezembro)”. Carmem lembrou que ele não pode comparecer à solenidade de inauguração, no ano passado, e agora sua morte ocorre também nas proximidades da data.
A ministra Carmem Lúcia disse ainda que Niemeyer parte apenas fisicamente, pois sua obra permanecerá para sempre na vida do país. Um dos principais aspectos do trabalho do arquiteto, segundo ela, é que ele não pensava apenas no homem que trabalharia nos prédios que projetava, mas no cidadão brasileiro em geral, “para acolher todos os que tivessem fome e sede de justiça”.
A Escola Judiciária Eleitoral foi criada em 2002 e é dirigida atualmente pela ministra Rosa Weber, que, assim como Carmem Lúcia, integra o Supremo Tribunal Federal. A proposta de criação foi apresentada ao Tribunal pelo então ministro Sálvio de Figueiredo. O objetivo da EJE é realizar atividades que contribuam para desenvolver a cidadania, a democracia, e atuar no constante aperfeiçoamento dos magistrados e dos demais profissionais da área.
Ao falar sobre a escola, a ministra Carmem Lúcia lembrou uma frase do escritor Guimarães Rosa: “Mestre é quem de repente aprende”. Ela ressaltou que a EJE é um dos instrumentos da justiça eleitoral para estar cada vez mais perto do cidadão, pois “o Brasil somos todos nós juntos”.
Segundo Carmem, a Escola Judiciária Eleitoral tem o compromisso de fazer com que os sonhos de pessoas como Oscar Niemeyer sejam levados adiante, “para que sejamos capazes de realizar o que a sociedade busca, que é um Brasil mais justo para todos”. A ministra falou durante a abertura do Congresso Democracia Representativa e Cidadania, que marca os 10 anos de criação da escola.