Brasília – Por unanimidade – 6 votos a zero – os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgaram improcedente a representação da coligação Por Um Brasil Descente, formada pelo PSDB e DEM (ex-PFL), contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros membros do PT, acusados de envolvimento na tentativa de compra de um dossiê contra políticos tucanos nas eleições de 2006.
Todos os ministros acompanharam o voto do relator, ministro Cesar Asfor Rocha. Segundo o ministro, o prosseguimento da representação no TSE não se justifica, porque as investigações da Polícia Federal não demonstraram que os US$ 248 mil e R$ 1,1 milhão apreendidos na época com o empresário Valdebram Padilha e com o advogado Gedimar Passos tenham origem em um suposto Caixa 2 do PT. Rocha afirmou, ainda, que as notícias vinculadas na imprensa que serviram de base para a representação não podem ser consideradas como provas.
O suposto conteúdo do dossiê seria uma denúncia contra o atual governador de São Paulo, José Serra (PSDB), sobre envolvimento no esquema de compra superfaturada de ambulâncias quando era ministro da Saúde no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. As fraudes foram investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Sanguessugas.
A representação foi protocolada no TSE em 18 de setembro de 2006, dois dias após os petistas Valdebran e Gedimar serem presos em flagrante em um hotel em São Paulo.