Pelo menos 70% dos motoristas e cobradores grevistas da cidade do Rio deverão voltar ao trabalho ainda nesta terça-feira, 13, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A liminar foi concedida pela vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/RJ), desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos, que considerou que o transporte rodoviário de passageiros é uma atividade essencial e que o Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb) é o legítimo representante da categoria.
Caso a decisão seja descumprida o Sintraturb deverá arcar com as multas. No entanto, os grevistas integram um grupo dissidente que votou contra o dissídio coletivo assinado com o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus), quando foram aprovados reajuste salarial de 10% e cesta básica de R$ 150. Os grevistas reivindicam 40% de aumento e cesta básica de R$ 400.
Nessa segunda-feira, 12, a juíza Andréia Florêncio Berto, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ/RJ), aceitou pedido de liminar da Rio Ônibus para considerar a greve ilegal. Com a decisão, quatro líderes do movimento devem se abster “de promover, participar, incitar greve ou paralisação (…) bem como se abstenham de praticar atos que impeçam, ameacem ou dificultem o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público”. Será aplicada multa de R$ 10 mil por cada ato de descumprimento.
Prejuízos
O Sindicato de Lojistas do Rio (SindiLojas-Rio) estima em R$ 280 milhões os prejuízos com a greve de ônibus desta terça-feira. O valor equivale a cerca de 70% do faturamento médio diário (R$ 400 milhões). “As pessoas foram avisadas sobre a greve e evitaram sair de casa, só saíram para comprar artigos de primeira necessidade. Além disso, o quebra-quebra da quinta-feira (8, quando foi decretada greve de 24 horas) afugentou a população”, disse o presidente do SindiLojas, Aldo Gonçalves.
Ele não quis estimar os prejuízos para a quarta-feira, 14. “Para amanhã, tudo depende do comportamento dos grevistas”.