Em depoimento à CPI que investiga a crise aérea na Câmara, o sargento Carlos Trifilio disse que a relação entre a Aeronáutica e os controladores de vôo piorou após o acidente da Gol, no ano passado. "O comando da aeronáutica se isentou de qualquer culpa no acidente. O apoio que deveríamos ter mudou. Só nós estamos lutando por nós mesmos. Em 11 meses de crise, não mudou para melhor, após a colocação de oficiais dentro das salas de controle. O afastamento de controladores experientes e a inserção de controladores da aviação geral e sem experiência fazendo a defesa aérea".
Perguntado sobre o futuro dos controladores, o sargento disse que a expectativa de futuro dos controladores não é muito boa, mas que eles confiam no ministro Nelson Jobim. "Acreditamos que ele fará o seu papel como chefe dos militares. Uma das soluções da crise seria a desmilitarização do sistema", conclui.
O sargento falou também à CPI sobre a autonomia que os controladores tinham para determinar o fechamento de pista em casos de chuva ou algum problema. "Os controladores antigamente tinham o poder de fechar a pista do aeroporto se necessário. Atualmente, pedimos a mediação da lâmina d’água aos técnicos do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) e um oficial da Força Aérea determina o procedimento", disse Trifilio.