Brasília e São Paulo – O Tribunal Regional Federal da 3.ª Região determinou ontem o imediato restabelecimento “de modo adequado e eficiente” dos serviços prestados pelos policiais federais. A decisão, que vale para São Paulo e Mato Grosso do Sul – estados sob jurisdição do TRF – foi tomada pelo desembargador Johonsom di Salvo que, diante de eventual descumprimento, impôs multa diária de R$ 60 mil às entidades de classe dos federais que estão em greve desde o dia 9 do mês passado.

Ao decretar “a sustação dos efeitos da paralisação dos agentes, escrivães e papiloscopistas” da PF, o desembargador sentenciou: “Deverão ainda executar nos parâmetros de normalidade preconizados em lei as suas nobilíssimas funções nos aeroportos e portos desse Estado, evitando resistência injustificada contra a execução de seus serviços”.

Di Salvo ordenou aos policiais que se abstenham de “impedir ou turbar o acesso de outros funcionários nas áreas restritas da PF localizados em aeroportos e portos deste Estado, desde que os mesmos estejam autorizados pela direção-geral da PF”.

Insultos

Manifestantes da Polícia Federal, em greve há quase 50 dias, obrigaram o diretor-geral da corporação, Paulo Lacerda, a passar por “corredor polonês”. Antes de chegar a uma sala da Câmara dos Deputados, para audiência pública, ele teve de ouvir insultos dos manifestantes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais atento, escolheu caminho alternativo para deixar o Palácio do Planalto, na hora do almoço, para fugir de protesto dos servidores da Advocacia-Geral da União, também em greve.

Cerca de 200 defensores públicos e procuradores federais jogaram exemplares da Constituição na rampa do Palácio do Planalto, no início da tarde, para pedir salários iguais aos de juízes e representantes do Ministério Público Federal. Em greve há 42 dias, os servidores cobram melhores condições de trabalho e novo concurso público para preenchimento de vagas. O salário inicial na Advocacia-Geral é de R$ 3.700. “Queremos mostrar ao governo que os prejuízos serão enormes para o erário se não houver diálogo”, ameaçou a procuradora Vera Sarmet, da Associação Nacional dos Procuradores da Previdência Social. Ela recebe, com anuênios e gratificações, cerca de R$ 10.000. “Não podemos nivelar por baixo, os nossos salários são baixíssimos.”

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