Três suspeitos foram mortos pela Polícia Civil do Rio em operação realizada na manhã dessa terça, 16, no Complexo da Maré para prender os autores do homicídio do soldado da Força Nacional de Segurança Hélio Vieira Andrade. Os acusados que os policiais procuravam, mas não conseguiram localizar, eram Thiago da Silva Folly, o TH, de 27 anos, e Alexandre Ramos Nascimento, o Pescador, de 28, que tiveram a prisão decretada por um homicídio qualificado e duas tentativas.

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A ação policial começou na região às 6h45. Durante as buscas, a polícia também feriu um suspeito e prendeu outros dois. Os policiais alegaram que as mortes e o ferimento aconteceram durante confronto após eles terem sido recebidos a tiros por traficantes.

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Segundo a delegada Marcela Ortiz, uma das responsáveis pela investigação, a identificação dos suspeitos só foi possível graças ao depoimento do soldado Rafael Pereira. Ele estava no carro da Força Nacional atingido pelos criminosos e reconheceu um dos suspeitos. Esse traficante chegou muito perto dos policiais.

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“Depois da troca de tiros o suspeito permaneceu no local e fez um gesto ameaçador para um dos agentes”, disse a delegada. Ela imitou o relatado pelo soldado Pereira: o suspeito teria riscado o pescoço com o dedo indicador, como em uma degola.

A Polícia Civil chegou a ir até a casa dos pais de Pescador, mas não encontrou o suspeito. Agora, os investigadores estudam a possibilidade de levar a busca a outras três comunidades que seriam dominadas pela facção criminosa Terceiro Comando.

Pistola

A investigação apontou que a bala extraída do crânio do soldado Andrade saiu de uma pistola e que o tiro não foi à queima-roupa. Agora, a Polícia Civil vai periciar três pistolas apreendidas na operação de ontem para averiguar se o disparo saiu de alguma delas.

Hélio Vieira Andrade, da PM de Roraima, foi baleado na testa quando, por engano, o carro da Força Nacional em que estava entrou na Vila do João, comunidade da Maré dominada por traficantes, e criminosos abriram fogo contra o veículo. Andrade chegou a ser submetido a cirurgia, mas morreu sábado passado, no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na zona norte da capital fluminense.

O capitão Allen Marcos, da PM do Acre, foi atingido por estilhaços no rosto, mas passa bem. O soldado Rafael, que é policial militar no Piauí, não foi ferido. Não havia no carro da Força nenhum policial do Rio, que conheceria o local e os riscos.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que os policiais militares da equipe federal que tiveram o carro atacado haviam sido treinados para transitar no Rio e já haviam feito o mesmo trajeto anteriormente. Segundo o ministro, todas as forças envolvidas na operação de segurança da Olimpíada – Força, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal – tiveram o treinamento “dado e repetido”. Ele ainda classificou como “fato covarde” o crime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.