Três morrem em assalto a ônibus no Rio

Uma troca de tiros de dois minutos dentro de um ônibus em movimento, lotado com 42 passageiros, deixou três mortos e seis baleados, às 7h30 de hoje, na Via Dutra, na Baixada Fluminense. O policial civil Sérgio de Oliveira Miranda, 40 anos, reagiu a tiros depois de dois criminosos armados anunciarem assalto no coletivo da viação Trans 1000, linha Nilópolis-Praça Mauá. Miranda, o ladrão Luiz Fernando Barbosa, 22 anos, e o passageiro José Luiz Rey Lois, engenheiro da Embratel, morreram. Três feridos estão em estado grave.

Os dois assaltantes entraram no ônibus em São João de Meriti. Um foi para o fundo e outro ficou à frente do coletivo, perto do motorista, Antônio Marques. O segundo, um homem branco, aparentando 25 anos, rendeu uma mulher. “Eu sei que tem policial, então ninguém reage que não vamos ter problema. Tem alguém com ‘ferro’ (arma) aí?”, gritou um dos ladrões, antes de mandar fecharem as cortinas e começar a recolher dinheiro e pertences das pessoas.

Instantes depois o policial gritou: “Não vai levar nada meu, não, vagabundo!”. E disparou contra o criminoso Barbosa. Começou então a troca de tiros entre Miranda e o outro assaltante. A perícia recolheu mais de 20 cápsulas de balas no chão do ônibus.

Houve pânico. Muitos gritavam e tentaram se esconder debaixo dos bancos, enquanto o ônibus continuava a viagem. O assaltante que estava na frente, ainda não identificado, acertou o policial. O engenheiro da Embratel José Luiz Rey Lois, de 38 anos, foi atingido no coração e morreu no local. Mais seis pessoas ficaram feridas: André Pinheiro levou um tiro no rosto, Nélson Almeida e Jacqueline do Carmo foram baleados no tórax, Alexandre da Silva, na coluna cervical, Patrícia Bezerra da Silva, no olho direito, e Raquel Bianchi recebeu um tiro de raspão na cabeça. Todos foram levados para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha.

“Foi uma batalha. Comecei a chorar. Meu marido, que é vigilante, dizia que iam matá-lo. Orei muito. Começou o tiroteio e vi meu marido levar um tiro no peito”, contou Joana Almeida, mulher do vigilante Nélson.

O assaltante obrigou o passageiro Sandro Linhares a pegar para ele as armas do policial e do outro bandido. Em seguida, disparou outro tiro na cabeça do policial. “Não era nada disso que a gente queria, eu falei para ninguém reagir”, disse o criminoso. Antes de desembarcar, no Trevo das Margaridas, ele ordenou que o motorista levasse os feridos para o hospital.

No início da noite, a cena se repetiu sobre a ponte Rio-Niterói, dentro de um ônibus da viação Rio Minho. Na ponte, quatro homens fortemente armados que haviam embarcado no Rio anunciaram um assalto.

O sargento da PM Cláudio Lopes da Silva, de 40 anos, que viajava em trajes civis, reagiu e foi morto. Outros três passageiros foram baleados e encaminhados para o Hospital Souza Aguiar, no centro da capital fluminense.

Os ladrões desceram do ônibus, dominaram o motorista de um carro e fugiram. “O pau comeu lá dentro. O ônibus está todo furado”, disse um agente da Polícia Rodoviária Federal. O policial assassinado tinha a patente de segundo sargento e era lotado na 1.ª Companhia Independente da PM. O ônibus seguia de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para Niterói, município do Grande Rio.

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