Trem-bala não deve ficar pronto até Copa, diz ministro

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, admitiu nesta manhã que o trecho entre São Paulo e Rio de Janeiro do trem-bala poderá não ser concluído antes da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. “Pelo menos o trecho de Campinas a São Paulo deverá estar pronto, ligando dois importantes aeroportos. E, além disso, parte do trecho para o Rio deverá estar concluída”, disse o ministro, depois de participar do seminário “Transporte e Inovação, a Experiência Francesa”.

Nascimento disse que a previsão total para a obra, ligando São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro é de cinco anos. E, por isso, é possível que até a Copa do Mundo não esteja pronta a ligação entre as duas capitais. O ministro destacou que deverá haver dificuldades nos trechos urbanos dessas cidades. “Mas o programa de obras é que deverá definir esses prazos”, afirmou.

Nascimento também adiou a previsão para a realização do leilão de concessão do projeto do trem-bala. Segundo ele, o edital deverá ser publicado até o fim deste ano e a licitação deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2010. No último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a previsão era a de que o leilão ocorresse no segundo semestre de 2009. Assim, se a previsão da obra é de cinco anos, considerando que o leilão será feito no começo de 2010, seria inviável concluí-la até julho de 2014, que é quando ocorrerá a Copa. O projeto, entretanto, vem despertando interesse de investidores estrangeiros.

O ministro dos Transportes da França, Dominique Bussereau, presente ao seminário realizado hoje, em Brasília, disse que, considerando o tamanho das regiões metropolitanas envolvidas, o trem-bala brasileiro deverá ser “extremamente lucrativo”. Segundo o ministro francês, entre os projetos de trens de alta velocidade, hoje, nas Américas, incluindo projetos nos Estados Unidos, o trem-bala brasileiro é o que está mais adiantado.

Segundo estudos econômicos que estão hoje em audiência pública, o trem-bala brasileiro deverá demandar investimentos da ordem de R$ 34,6 bilhões. Segundo o ministro Alfredo Nascimento, antes do edital ser publicado é preciso ainda que ele passe pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU).

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