Trecho crítico de serra na Régis fica pronto em 90 dias

Os usuários da Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo a Curitiba, estão prestes a deixar de percorrer um dos trechos que fizeram a estrada ficar conhecida como a “rodovia da morte”. Em 90 dias, fica pronta a duplicação de dois segmentos da parte mais íngreme da Serra do Cafezal, entre Juquitiba e Miracatu, que se tornou referência em razão dos acidentes.

Nos sete quilômetros que vão do posto da Polícia Rodoviária Federal, no km 344, até o posto de combustíveis do km 349, e do km 361 ao km 363, no pé da serra, estão em construção nove viadutos com quase seis quilômetros de extensão. No trecho novo, como os viadutos são muito elevados para vencer o desnível da serra, os motoristas vão passar como se estivessem sobrevoando a mata. De acordo com Eneo Palazzi, diretor da concessionária Autopista Régis Bittencourt, a licença ambiental restringe a abertura de caminhos de serviço para evitar a supressão da floresta, o que exigiu o emprego da técnica do balanço sucessivo na construção dos viadutos. A partir de um pilar de suporte, as peças são lançadas em manobras aéreas, sem a necessidade de escoramento.

Os trechos em obras compreendem os últimos 19 quilômetros de pista simples da BR-116 e incluem três grandes túneis que já começaram a ser abertos. O maior deles, com 800 metros, fica no km 357 e vai transpor um morro coberto de mata. Segundo Palazzo, a característica do solo exige pouca movimentação de terra e favorece o andamento da obra. A licença ambiental para a duplicação do trecho central da Serra do Cafezal saiu em janeiro de 2013, logo após a conclusão de 11 quilômetros nas duas extremidades.

Com a duplicação, a rodovia passa a ter duas pistas na descida da serra, sentido Curitiba, e três na subida, sentido São Paulo. Conforme o diretor da concessionária, o prazo de entrega de todo a serra duplicada vence em fevereiro de 2017, mas a expectativa é de que a conclusão seja antecipada. Ele explicou que as obras não estão interferindo no tráfego pela rodovia. A duplicação vai custar R$ 700 milhões. Com parte da serra duplicada, o índice de acidentes com morte na rodovia já diminuiu. Números da concessionária confirmados pela Polícia Rodoviária Federal mostram que, de janeiro a abril deste ano, foram registradas 39 mortes de São Paulo a Curitiba, contra 47 no mesmo período de 2013, redução de 17%.

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